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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Família de estilista não crê em versão de morte

A misteriosa morte da estilista e estudante universitária de Administração Yrna de Souza Castro, 27, não teria sido em decorrência do uso de substâncias alucinógenas à base de morfina injetadas, conforme os parentes dela. Para a família, o namorado é o principal suspeito de ter assassinado a mulher.

Ontem, o corpo da estilista foi sepultado, no Cemitério Parque da Paz, bairro Passaré, em Fortaleza. No local, a revolta dos familiares era em relação à versão apresentada pelo namorado de Yrna. À Polícia, o jornalista e administrador de empresa Gregório Donizeti Freire Neto, 27, afirmou que o casal fez uso da substância na madrugada do último domingo (1º).
Gregório revelou, na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que o casal foi a uma festa na Praia de Iracema e retornou ao apartamento dele, onde fizeram uso da morfina injetada. A namorada passou mal e desmaiou. Ele a teria posto no carro e levado ao hospital. No caminho, porém, também Gregório teria desmaiado. Ao acordar, disse que percebeu que a mulher estava morta.
Trafegou nas ruas do bairro Cocó e, ao perceber-se sozinho na madrugada, Gregório disse que tirou o corpo do banco do passageiro e colocou no porta- malas do Mercedes que dirigia.
Em seguida, afirmou, retornou ao apartamento onde mora, no bairro Dionísio Torres. Somente à noite foi à Polícia.
Dúvidas
O irmão da estilista, Yuri Lemos, em entrevista à TV Verdes Mares na manhã de ontem, afirmou que Yrna não fazia uso de substâncias entorpecentes.
"Se supostamente esse fato (uso de morfina injetada) tivesse ocorrido, por que ele precisaria de 12 horas para ficar com o corpo da minha irmã no porta- malas de um carro? Ela poderia muito bem, depois de passado o efeito, se supostamente ela usou, ter acordado no porta-malas do carro e morrido asfixiada. Ficamos revoltados. E pelo histórico da família, da minha irmã, pode perguntar a quem a conhecia: minha irmã nunca usou drogas", disse.
Conforme familiares, o corpo da estilista apresentava várias marcas roxas. Para os parentes, seriam sinais de violência física a que ela teria sido vítima. Uma imagem do corpo, feita por uma pessoa da família, mostra o que seriam os braços da mulher. Os hematomas são visíveis.
A Polícia, contudo, prefere não se precipitar. Após ser ouvido pela diretora da DHPP, delegada Socorro Portela, Gregório Donizeti Freire Neto foi autuado por ocultação de cadáver e liberado. A investigadora diz que aguarda os resultados dos exames cadavéricos. O carro também foi periciado.
Para o advogado que representa a família de Gregório, Leandro Duarte Vasques, o ocorrido foi uma tragédia.
"Infelizmente, as drogas que são o mal do século, têm devastado as famílias e dilacerado os lares. E, infelizmente, esse é mais um episódio, que não será o último, em que jovens precocemente são vítimas das drogas. A família de Gregório se solidariza à indescritível dor da família enlutada no ensejo em que confia que a Polícia Judiciária buscará revelar a verdade real do que efetivamente aconteceu. Importa destacar que Gregório, apesar de mesmo dominado pelos efeitos do entorpecente, ainda buscou socorrer a namorada mas, desgraçadamente, não conseguiu. Eis o clássico exemplo de uma tragédia", pontuou.

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