Ainda que a recessão econômica tenha apertado mais a condição financeira dos cearenses, a população do Estado deverá gastar R$ 111,7 bilhões com a aquisição de bens e serviços em 2016. O valor aponta um crescimento nominal de 4,6% em relação ao projetado para o ano passado (R$ 106,7 bilhões) e representa 2,87% do potencial de compra estimado para o País (R$ 3,39 trilhões), sendo o 10º estado no ranking nacional.
Os dados são do estudo IPC Maps 2016, realizado pela IPC Marketing Editora, empresa especializada no cálculo de índices de potencial de consumo nacional. Em Fortaleza, cidade que ocupa a oitava posição no ranking do País, a expectativa é que os consumidores desembolsem R$ 43,261 bilhões neste ano, um acréscimo de 1,43% frente aos R$ 42,65 bilhões previstos para a capital em 2015.
Per capita
Já em relação ao consumo per capita anual, os gastos dos cearenses que vivem em áreas urbanas devem ficar em torno de R$ 15,1 mil, enquanto os daqueles que moram em zonas rurais devem gastar R$ 4,9 mil. Na capital, o valor médio do consumo per capita por ano chega a aproximadamente R$ 16,5 mil.
Considerando o índice de inflação IPCA acumulado nos últimos 12 meses em 9,39% no País, entretanto, em termos reais, houve retração de 4,79% na projeção do consumo anual no Estado e de 6,52% na Capital, acima da média do País. O estudo estima um dos menores crescimentos de potencial de consumo do Brasil, com 3,3% de diminuição, um reflexo da crise econômica.
Interiorização
De acordo com o diretor Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, a participação das cidades do interior no consumo total do Estado vem aumentando ao longo dos anos. "Os municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) serão responsáveis por 54,4% do consumo em 2016. Em 2010, a participação da RMF no consumo do Estado foi de 61,9% e, em 2015, foi igual a 55,5%", apontou.
Ele destacou que o fenômeno da interiorização do consumo já é uma realidade que percorre o Brasil, tendo alcançado 70,3% de tudo que será consumido pelos brasileiros em 2016. Os dados indicam não só que a movimentação de recursos evoluiu pelas cidades interioranas, como também revelam o crescimento de novas empresas, fortalecendo a tendência do empreendedorismo no País.
Para Pazzini, o cenário pode contribuir para se traçar um novo horizonte de oportunidades competitivas para a economia, impulsionando o consumo de produtos e serviços. "Apesar da crise, a quantidade de empresas continua aumentando. Em 2015, o Ceará, por exemplo, tinha 554.459 empresas e, em 2016, já tem 574.665", disse. Os números demonstram um crescimento da quantidade de empresas em 3,6% no período.
Ranking estadual
Depois de Fortaleza, Caucaia é o município cearense cuja população mais deverá gastar com bens e serviços em 2016, com potencial de consumo de R$ 4,9 bilhões. O menor potencial de consumo para este ano foi detectado pela pesquisa na cidade de Granjeiro (R$ 33 milhões).
Ainda segundo as informações do IPC Maps 2016, a população cearense gastará mais com manutenção do lar (R$ 22,3 bilhões), outras despesas (R$ 18,6 bilhões), alimentação no domicílio (R$ 17 bilhões), alimentação fora do lar (R$ 5,3 bilhões), gastos com veículo próprio (R$ 4,3 bilhões), vestuário confeccionado (R$ 3,5 bilhões), materiais de construção (R$ 3 bilhões), higiene e cuidados pessoais (R$ 2,9 bilhões), transportes urbanos (R$ 2,8 bilhões) e medicamentos (R$ 2,6 milhões).
Classes
O estudo estima ainda que a classe A consuma R$ 12,1 bilhões neste ano. O consumo da classe B, por sua vez, deve somar R$ 35,7 bilhões. A classe C deverá gastar cerca de 35,3 milhões. As D/E devem consumir R$ 17 bilhões, sendo a alimentação a maior despesa (R$ 4,5 bilhões).
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