Um dos alimentos mais presentes
na mesa dos brasileiros, o preço do quilo do pão francês - ou carioquinha -
chega a variar até 59,95% nas padarias de Fortaleza, conforme a reportagem
constatou em pesquisa direta feita em dezembro do ano passado. A diferença, no
entanto, não se justifica por possíveis aumentos - o produto já foi reajusta do
em setembro do ano passado - e pede atenção e muita pesquisa de preços pelo
consumidor.
Para o
presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado
do Ceará (Sindipan-CE), Lauro Martins, esta variação é justificada pelos custos
fixos que cada padaria tem. Como por exemplo, a matriz energética para fazer o
pão, pois quem utiliza lenha tem custo reduzido.
De
acordo com ele, até mesmo a coleta de lixo pode influenciar, pois, em bairros
do subúrbio, os estabelecimentos são isentos de pagamentos à Prefeitura,
enquanto que em outros bairros mais nobres existe a cobrança de duas taxas.
"Em alguns casos, o
proprietário ou algum profissional que não tem tanta experiência fazem o
pão", complementa. Em pesquisa realizada em nove padarias de diferentes
regiões de Fortaleza, a variação no valor do quilo do pãozinho carioca foi de
59,95%, sendo o mais caro no Empório Delitalia, na Aldeota, R$ 13,90 e o mais
barato na Panebox, no Pio XII, a R$ 8,69.
Altas
Ao
longo do ano passado, o consumidor precisou arcar com alguns aumentos
realizados pelo setor no quilo do pão francês. O último anunciado foi em
setembro do ano passado, quando o quilo do pão carioquinha chegou a R$ 12,00.
Só na primeira metade do ano passado, o produto teve um ajuste de preços que
acumulava quase 10% nas padarias do Ceará.
Manutenção
No
entanto, para o início deste ano até o fim do primeiro semestre, a intenção é
manter o valor do quilo do pão francês, conforme indica o presidente do
Sindipan-CE. A manutenção se dá mesmo com a alta do dólar e do aumento do
salário mínimo, que impactam diretamente nos preços de produtos e serviços.
Lauro
Martins ainda diz apostar em uma boa safra de trigo neste ano. "Estamos
apostando numa boa safra para não repassar esses acréscimos". Com a maior
oferta da principal matéria prima do pão, a preservação do valor é justificada
mesmo com as condições adversas.
O
presidente do Sindipan-CE revela que, atualmente, a preocupação do setor é com
a pressão do dólar que aperta alguns insumos e o aumento de custos gerais com o
reajuste do salário mínimo. Em sua avaliação, o problema em 2015 não foi no
faturamento e sim nos aumentos de custos. A solução foi o segmento se unir para
fazer compra de forma coletiva e ensaiaram algumas produções em conjunto para
ajudar a manter os custos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário