Na
última sexta-feira, a empresa Delta Construções S/A cancelou contrato com a
Prefeitura de Fortaleza.
As
obras de mobilidade urbana, que prometem ser um dos maiores legados da Copa do
Mundo de 2014 para a população, deveriam ter começado em janeiro deste ano. No
entanto, a grande maioria não saiu do papel. Para agravar a situação, ontem, a
Prefeitura de Fortaleza anunciou que a empresa Delta Construções S/A,
responsável pelas intervenções do município, rescindiu contrato, após se
envolver numa crise nacional.
Com
isso, as intervenções, que já estão com mais de três meses de atraso, deverão
demorar, pelo menos, mais 90 dias para serem iniciadas. Para dar continuidade
às obras, um novo processo de concorrência pública terá de ser feito. De acordo
com Geraldo Accioly, titular da Coordenadoria de Projetos Especiais e Relações
Institucionais e Internacionais (Cooperii), a expectativa é que a licitação
seja lançada no prazo de 30 dias.
A
empresa Delta chegou a fazer R$ 5 milhões em obras. Contudo ,
segundo o gestor, o valor deverá ser deduzido da nova licitação. "O
momento é grave, mas estamos tomando todas as medidas necessárias".
Accioly acrescenta que não houve nenhum adiantamento de recursos por parte da
Prefeitura e que a rescisão com a empresa não causará prejuízo aos cofres
municipais.
O
primeiro pagamento a ser realizado junto à empresa, no valor de R$ 880 mil,
previsto para essa semana, foi cancelado. O valor total a ser gasto com as
obras de mobilidade urbana da Prefeitura, visando o Mundial de 2014, é de R$
261,5 milhões, sendo R$ 206,6 milhões provenientes da Caixa Econômica Federal e
R$ 54,9 milhões, de contrapartida do município.
Atraso
Os
serviços de mobilidade previstos envolvem cinco grandes avenidas de Fortaleza:
Via Expressa, Alberto Craveiro, Dedé Brasil, Paulino Rocha e Raul Barbosa.
Dessas, apenas uma - a Alberto Craveiro - iniciou os trabalhos. Ainda assim,
foi executado apenas 3% da obra.
Mesmo
com o cancelamento do contrato por parte da empresa Delta, o titular da
Cooperii afirma que o prazo para término das intervenções (agosto de 2013) está
mantido. Para suprir o tempo paralisado, a Prefeitura exigirá da empresa
vencedora a abertura de frentes de trabalho simultâneas, além de regime de
trabalho em quatro turnos.
O
pacote de obras de mobilidade do município envolve seis túneis e quatro
viadutos. Com os atrasos, preocupa o fato das intervenções ocorrerem ao mesmo
tempo, o que deverá agravar o já conturbado trânsito da Capital. Somente na Via
Expressa, serão construídos quatro túneis, nos cruzamentos com as avenidas
Santos Dumont, Padre Antônio Tomás e Alberto Sá, além de entre as avenidas
Padre Antônio Tomás e Santos Dumont.
A
Avenida Alberto Craveiro, também chamada de Avenida da Copa, considerada de
prioridade máxima para a Prefeitura por fazer ligação direta com o Castelão, é
a única onde as intervenções já começaram. No local, será construído um
viaduto, no cruzamento com a Avenida Dedé Brasil, e um túnel, no cruzamento com
a Paulino Rocha.
As
obras iniciaram no dia 6 de março, mas o esquema de desvio de tráfego, montado
pela Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC),
que inclui a implantação de seis semáforos, será desativado. Fernando Bezerra,
presidente da AMC, diz que o plano volta em 90 dias, quando os trabalhos forem
retomados.
SAIBA
MAIS
Via
expressa
Três
túneis serão erguidos nos cruzamentos das avenidas Santos Dumont, Padre Antônio
Tomás e Alberto Sá, e o quarto na própria via
Alberto
Craveiro
Avenida
será alargada, além da implantação do Bus Rapid Transit (BRT) e a construção de
um viaduto
Dedé
Brasil
Serão
erguidos viadutos nas avenidas Osório de Paiva e Germano Frank, além de um
túnel
Paulino
Rocha
Serão
feitas melhorias na drenagem, na malha viária e iluminação pública
Raul
Barbosa
Será
construído um viaduto entre as vias Raul Barbosa e Murilo Borges
Serviços
do Estado ainda não foram iniciados
Apesar
do acelerado ritmo das obras do estádio Castelão, que é o único da Copa do
Mundo de 2014 que está dentro do prazo previsto, em relação à mobilidade
urbana, as intervenções previstas pelo Governo do Estado, que incluem duas
estações de metrô para a Linha Sul e um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT),
ligando a Parangaba ao Mucuripe, estão atrasadas.
No
caso das duas estações dentro da Linha Sul de Metrô, as intervenções se quer
começaram. Em nota, a assessoria de comunicação do Metrofor informa que as duas
estações - Padre Cícero e Juscelino Kubistcheck - estão em fase final de
licitação. A expectativa é que as obras sejam iniciadas no fim do primeiro
semestre deste ano, com previsão de término em 18 meses, a contar a partir do
início das obras.
Os
investimentos do Estado com as obras de mobilidade somam R$ 884,3 milhões.
Desses, R$ 330,7 milhões são destinados ao VLT, R$ 35 milhões para as duas
estações e o maior valor (58,6% do total), para o Castelão, R$ 518,6 milhões. O
estádio Plácido Aderaldo Castelo, Castelão, principal arena esportiva da Copa,
chegou ao mês de maio com 65,36% concluído.
LUANA
LIMA
REPÓRTER
Copilado
do Diário do Nordeste
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