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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Estado reduz perda de pontos de venda, mas fecha 79 lojas

Fortaleza/Rio. O saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos comerciais no Ceará teve uma melhora significativa no segundo semestre deste ano, de acordo com dados compilados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar de 79 negócios a menos em funcionamento no Estado, o número é consideravelmente melhor que o visto há um ano e representa a desaceleração da perda de pontos de venda.

Entre janeiro a junho de 2017, o balanço elaborado pela CNC apontou um número 7,5 vezes maior, quando 596 estabelecimentos cearenses encerraram as atividades. Seis meses após, no estudo feito para o fim do ano passado, houve uma nova melhora nesse saldo. Desta vez, a diferença entre aberturas e fechamentos resultou em uma perda de 155 negócios no Ceará.
O Estado acompanha movimento identificado no Nordeste, que teve 103 comércios a menos no primeiro semestre do ano. Das nove unidades da federação da Região, apenas três obtiveram saldos positivos no primeiro semestre de 2018. Foram elas: Sergipe (+10), Pernambuco (+69) e Bahia (+179). Na outra ponta da lista, com os piores resultados, estiveram: Maranhão (-143), Rio Grande do Norte (-84) e o Ceará (-79).
Saldo nacional
Em todo o País, o saldo entre a abertura e fechamento de estabelecimentos comerciais voltou a crescer entre janeiro e junho deste ano, com um incremento de 2.252 pontos de venda, segundo informou a CNC, que prevê a abertura de 5,2 mil novas lojas até o final do ano.
O número de lojas abertas ainda é pequeno no primeiro semestre do ano, na avaliação da entidade, se deve a incertezas do cenário político nacional, que a instituição considera "um dos principais inibidores de investimentos". Na análise da Confederação, mesmo no segundo semestre consecutivo de aumento nos pontos de venda e com o maior saldo semestral desde a segunda metade de 2013, quando foram abertas 16,7 mil novas lojas, "o tímido avanço expôs a perda de fôlego da economia e as incertezas quanto à materialização de investimentos por parte do setor".
A previsão inicial da entidade era de que o setor abrissem este ano 20,7 mil pontos de venda no varejo do País, mas a previsão foi reduzida devido ao atual cenário de lenta recuperação econômica e de cautela na realização de investimentos.
Frustração
Para a CNC, as paralisações do terceiro bimestre, a desvalorização do real, as pressões de custos impostas pelo ritmo mais acelerado de preços também contribuíram para o fraco desempenho do mercado de trabalho.
"Apesar do saldo positivo de lojas ao longo dos últimos seis meses, o ritmo de expansão do número de pontos de venda pode ser considerado tão frustrante quanto a percepção de desaceleração no ritmo de atividade econômica", disse o chefe da Divisão Econômica da Confederação, Fabio Bentes.
Setores
Do total de 2.252 estabelecimentos abertos de janeiro a junho, os principais destaques são os segmentos de hiper e supermercados, que abriram 1.378 novas unidades, seguidos por lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, com mais 841 e pelo ramo de vestuário, com mais 782. A abertura de lojas ocorreu em 6 dos 10 segmentos do varejo.
Por outro lado, estabelecimentos especializados em venda de materiais de construção foram os que mais fecharam as portas no semestre (-915). A CNC também reduziu as projeções do percentual de crescimento do volume de vendas do setor de 4,7% para 4,5%.
Regiões
Regionalmente, de acordo com os dados da Confederação, os novos pontos de venda foram abertos em 11 das 27 unidades federativas, com destaque para os estados de São Paulo, com mais 2.468 estabelecimentos, Santa Catarina, com mais 852 e Minas Gerais, com mais 340.
O Rio de Janeiro, que vem enfrentando uma das maiores crises financeiras do estado nos últimos anos, o número fechou o semestre negativo, com o fechamento de 1.038 estabelecimentos, o equivalente a 45% dos fechamentos entre os que registraram saldos negativos.
Efeitos da crise
A crise no varejo brasileiro teve início em 2014, quando as vendas encolheram 1,7%, o primeiro resultado negativo em onze anos, na comparação com o ano imediatamente anterior, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos dois anos seguintes, o quadro se agravou, com o comércio apurando perdas reais de faturamento de 8,6% e 8,7% em 2015 e 2016, respectivamente, o que levou o setor a acumular retração de 20% nos volumes de venda nestes três anos.
O saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos acompanhou, com alguma defasagem, a retração nas vendas, especialmente nos anos de 2015 e 2016 e no primeiro semestre do ano passado, quando o setor acumulou a perda de 226,7 mil pontos de venda em todo o país.

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