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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Mais de 220 cearenses já geram a própria energia

Em tempos de energia elétrica cada vez mais cara e novos reajustes já sinalizados pelo governo federal, os consumidores brasileiros têm buscado alternativas para economizar. Uma das principais apostas, seja por parte de pessoas físicas ou jurídicas, tem sido investir na micro e minigeração de energia, atividade que cresceu bastante em vários estados do País, incluindo o Ceará. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há um ano o Estado possuia apenas 95 conexões, valor este que já saltou para 228 atualmente. Trata-se de um crescimento de 140% em apenas 12 meses.
No Nordeste, o Ceará lidera no número de conexões de micro e minigeração de energia, seguido por Pernambuco (140) e Bahia (116). A atividade começou a se desenvolver no Estado entre julho e setembro de 2013, quando as primeiras cinco conexões foram instaladas em solo cearense. De lá para cá, a atividade cresceu sucessivamente e, atualmente, já tem uma potência total instalada de 1.104 kW, segundo informações da Aneel.
"Creio que a quantidade de conexões no Ceará tende a dobrar de ano em ano. Este número de 228 conexões ainda é muito incipiente para o Estado, principalmente porque existe um potencial muito elevado. Já há, inclusive, muita coisa engatilhada para o próximo ano", afirma Francisco Bastos, diretor administrativo-financeiro da Satrix, empresa que atua no segmento de geração distribuída de energia a partir de fontes renováveis.
Solar domina
Das 228 conexões de micro e minigeração que o Ceará possui atualmente, 207, ou seja, 90,7% são de energia solar fotovoltaica. A fonte também é a que tem maior participação na potência total instalada do Estado, com 1.028 kW. Outras 29 conexões são de energia eólica, além de duas que possuem geração simultânea de solar e eólica. De acordo com a Aneel, o Ceará não possui nenhuma conexão de biogás, biomassa ou hidráulica.
"A perspectiva para os próximos anos, principalmente para as conexões de energia solar, é muito positiva, principalmente por conta do FNE Sol, do Banco do Nordeste (BNB), que é uma linha de financiamento para micro e minigeração, lançada recentemente. Ela ainda não engloba pessoas físicas, mas acredito que no próximo ano isso já será possível", comenta Bastos.
Atualmente, qualquer empresa que fatura até R$ 16 milhões por ano pode utilizar o FNE Sol para realizar um investimento na micro e minigeração de energia. Segundo Francisco Bastos, a linha financia todos os fornecedores envolvidos processo, seja na estrutura, projeto e instalação de painéis solares, por exemplo. "É muito atrativo, pois as taxas de juros são baixas, somente um pouco acima da inflação. Além disso, com o fundo, as empresas podem financiar o equipamento em até 12 anos, com um ano de carência. Geralmente o banco solicita 10% do aporte desse financiamento, mas esse percentual pode ser recuperado ainda durante a carência", ressalta.
Custos e benefícios
Ainda conforme Francisco Bastos, uma pessoa física gasta a partir de R$ 24 mil para instalar um painel fotovoltaico em casa. "Vai depender do tamanho do projeto. Isso está diretamente ligado ao consumo. As empresas, aliás, orientam os clientes a enviarem suas contas de energia para que seja feito um dimensionamento gratuito da potência necessária", informa. Atualmente, apenas o banco Santander financia projetos de micro e minigeração para pessoa física, com taxas semelhantes a um carro novo e 60 meses para pagar.
De acordo com o diretor da Satrix, para se ter retorno do investimento em uma conexão solar, por exemplo, uma pessoa jurídica que financia pelo BNB leva de dois a cinco anos. A pessoa física, por sua vez, leva de 8 a 10 anos. "Sempre vale a pena, pois é um investimento que te dá 25 anos de grande produtividade. A vida útil do equipamento, aliás, pode superar os 40 anos. Além disso, os consumidores deixam de pagar a energia elétrica e fogem dos reajustes", reforça.
Bastos lembra, ainda, que não é necessário gastar com manutenção, já que o equipamento só precisa ser lavado com água uma vez por ano. "Além disso, as placas têm garantia de 10 anos contra defeito de fabricação e 25 anos de produtividade". Segundo a Aneel, 77% das conexões do Ceará correspondem às residências, enquanto 18% estão localizadas em estabelecimentos comerciais. Há também 3% na área industrial e 1% na rural.
Brasil
Em um ano, o número de conexões de micro e minigeração de energia também teve um rápido crescimento no Brasil, já que, segundo a Aneel, 5.040 conexões foram registradas em agosto, contra as 1.148 ligações de setembro de 2015. A fonte mais utilizada pelos consumidores-geradores é a solar, com 4955 adesões, seguida da eólica, com 39 instalações. O estado com o maior número de micro e minigeradores é Minas Gerais (1.226), seguido de São Paulo (711).

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