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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Lagosta: prejuízo de US$ 2,8 bilhões nas exportações

Produto de grande importância para a balança comercial cearense, a lagosta tem causado dor de cabeça para os exportadores do Estado ao longo deste ano. Engana-se, porém, quem pensa que o problema é a falta de compradores para a iguaria, posto que o Ceará já enviou, somente para a União Europeia, cerca de 120 toneladas do crustáceo desde julho último.
O problema é que todo este produto esta retido em portos europeus, em virtude da não liberação do Certificado de Captura, que deveria ter sido concedido pelo Ministério da Agricultura há vários meses, mas ainda não saiu. Com isso, os prejuízos já chegam a US$ 2,8 milhões.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrio), o problema começou quando o antigo Ministério da Pesca deixou de existir e foi incorporado ao Ministério da Agricultura. Com isso, a pasta ficou sobrecarregada e alegou falta de pessoal para resolver as pendências do setor exportador de lagosta, que desde julho requisita o Certificado de Captura.
O documento é requisito para a exportação de produtos de origem da pesca extrativa marinha à União Europeia, e atesta que a matéria-prima que originou o produto não foi objeto da pesca ilegal.
Com a falta do documento, 15 contêineres cearenses, cada um contendo cerca de 8 toneladas de lagosta, ficaram retidos na Europa. Caso o governo federal não resolva a pendência, o produto, que iria para países como Holanda Espanha, Bélgica França e Itália, será devolvido ao Ceará, gerando um prejuízo milionário.
"Apesar das solicitações desde o mês de julho, data em que o primeiro container foi enviado do Ceará para a Europa, o Ministério da Agricultura não liberou os certificados. O prejuízo estimado com a não entrega da mercadoria alcança US$ 2,8 milhões", informou o Sindfrio.
Mais despesas
Além do prejuízo com a não entrega da lagosta, os exportadores cearenses já estão tendo que arcar com outras despesas relacionadas ao problema, tendo em vista que cada container retido paga uma taxa de 480 euros por dia pela estadia no porto. "Esse atraso compromete drasticamente a competitividade das exportações de lagosta. O Ceará, por ser líder nacional, é o estado mais prejudicado", destaca Paulo Gonçalves, empresário e diretor do Sindfrio. "Todo o setor fica sem receber pagamento já que a mercadoria não foi entregue", diz.
Credibilidade afetada
Nas próximas semanas, a situação pode se agravar com o início da devolução dos contêineres retidos. "As autoridades da Europa estão afirmando que vão fazer a devolução, de modo que ficaremos impossibilitados de realizar a entrega, tendo ainda que arcar com um custo adicional do frete de retorno", conta Gonçalves. Segundo ele, além do prejuízo financeiro, a credibilidade do Estado será afetada. "O comprador vai querer adquirir um produto tão nobre e não receber? Não podemos ser prejudicados por algo que é de responsabilidade do Ministério da Agricultura".

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