Pesquisadores detectaram o vírus da zika(ZIKV) em sete macacos de diferentes espécies no Ceará. Dois saguis e ummacaco-prego foram encontrados com o vírus na serra. Um mico foi achado na região costeira. Outros dois saguis e um macaco prego foram analisados na caatinga. O que chama mais atenção é que um dos primatas era tratado como animal de estimação. O resumo do estudo, divulgado no portal Biorx, registra que os animais foram capturados em Fortaleza, São Benedito, Guaraciaba do Norte e Tabuleiro do Norte.
Os estudos e análises do material genético foram realizados por pesquisadores da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), Instituto Pasteur de São Paulo e a Universidade de São Paulo (USP). Publicado no dia 20 de abril, este é o primeiro relatório sobre a detecção do vírus entre os primatas neotropicais do Brasil.
A pesquisa inédita coletou amostras de sangue e saliva de saguis (Callithrix jacchus) e macacos prego (Sapajus libidinosus). Os testes tiveram inicio em julho com conclusão em novembro de 2015, nas áreas de maior índice de epidemia do Ceará. Conforme o trabalho, após a coleta das amostras, os primatas foram marcados com microchips e lançados de volta ao seu local original. Na análise preliminar do material coletado houve registro de 29% de positividade (7/24).
Para validar ainda mais, os cientistas sequenciaram e amplificaram o produto dos macacos. O diagnóstico descobriu que os animais tinham ZIKV com 100% de semelhança com outras ZIKV da América do Sul. Conforme o estudo, o trabalho "permanece como uma advertência para a possibilidade de que eles [macacos] poderiam atuar como reservatórios, semelhante ao ciclo silvestre da febre amarela no Brasil", conclui a pesquisa.
De acordo com Nélio Moraes, gerente da Vigilância Ambiental e Riscos Ambientais da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), a grande preocupação é com animais que vivem como animais de estimação, mas não avalia como de grande preocupação. "O problema são os vetores e as pessoas infectadas. Vetores secundários, como os macacos, são preocupações menores. Existem regiões que nem existem esses vetores e tem zika por lá. Não existe fundamento ainda. Isso é um resumo, apenas aponta um recorte", avalia o especialista.
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