Atendendo à
demanda da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), o Ministério da Saúde enviou
ontem ao Ceará uma nova remessa de larvicida para intensificar o combate ao
Aedes aegypti. O Estado recebeu 3 toneladas do produto, quantidade suficiente
para eliminar as larvas do mosquito em até 1,5 bilhão de litros de água,
conforme a pasta federal. A medida é mais uma ação emergencial visando ao
controle dos casos de microcefalia relacionados à infecção por vírus zika.
Segundo a Sesa, a distribuição
do larvicida foi iniciada ontem. Roberta de Paula Oliveira, supervisora do
Núcleo de Controle de Vetores do órgão, afirma que a substância será
encaminhada de acordo com o número de imóveis em cada município, mas garante
que todas as cidades serão abastecidas.
"Nós
iremos distribuir para as Regionais de Saúde e elas distribuirão para
municípios. Todos vão receber", destaca Roberta. "Esse larvicida será
utilizado pelos agentes de endemia nas visitas casa a casa, então é importante
que a população abra as portas para eles ou alertem a Secretaria se eles não
estiverem passando. A eficácia desse trabalho só acontecerá se cada pessoa
fizer sua parte, afinal 80% dos focos do mosquito estão nas residências",
acrescenta.
Demandas
Este é
o segundo lote de produto enviado pelo Ministério em menos de um mês. No dia 20
de novembro, conforme a supervisora, o Ceará recebeu 1,5 tonelada de larvicida.
No total, neste ano, foram enviadas 17,3 toneladas ao Ceará.
Roberta
de Paula diz que a iniciativa do Governo Federal vem como resposta ao pedido de
apoio feito pelo governador do Estado, Camilo Santana, ao ministro-chefe da
Casa Civil, Jacques Wagner, no início deste mês. "O governador pediu apoio
no que precisarmos. Como estamos intensificando as ações, haverá necessidade de
mais pessoas e mais recursos. Na próxima semana, iremos nos reunir com
prefeitos e secretários de saúde para identificar as demandas e montar nosso
plano de ação de acordo com o plano nacional", ressalta a supervisora.
Protocolo nacional
Também
nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde lançou o Protocolo de Atenção à
Saúde e Reposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus
Zika. O documento reúne diretrizes para profissionais de saúde sobre como
prevenir, identificar e atender casos de microcefalia antes, durante e após o
parto. O público-alvo do plano é formado por mulheres em idade fértil,
gestantes e nascidos com microcefalia.
Na área
de Atenção à Saúde da Mulher, o protocolo indica orientações às mulheres que
desejam engravidar e a busca ativa das gestantes no início da gravidez para a
realização do pré-natal. Já na atenção ao recém-nascido, o Ministério recomenda
a realização do exame físico completo do bebê com destaque para medição
minuciosa do perímetro cefálico no período de 24 a 48 horas. O perímetro menor
ou igual a 32 cm será considerado microcefalia.
A pasta
também determina a notificação imediata de casos suspeitos de microcefalia
relacionada à infecção pelo vírus zika às autoridades.
Fique por dentro
79 casos de microcefalia em investigação
Neste
ano, o Ceará já notificou 80 casos de microcefalia. Destes, um foi confirmado,
no município de Tejuçuoca, e 79 continuam em investigação. Os dados são do
último boletim da Sesa, divulgado no dia 11. O município com o maior número de
notificações é Fortaleza, totalizando 31 casos suspeitos. Outras 29 cidades
também tiveram notificações, como Barbalha, Maracanaú, Mucambo, Cruz, Juazeiro
do Norte, Aquiraz, Banabuiú, Caucaia, Eusébio, Itapajé, Barreira, Bela Cruz,
Canindé, Capistrano, Crato, Horizonte, Ipaumirim, Ipu, Itaitinga e Jardim.
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