Minério de ferro cearense abre portas na Europa

Nova porta, ou melhor, novo porto se abre para as exportações cearenses para o continente europeu, notadamente para minérios de ferro e aço, gorduras e óleos animais e vegetais, peixes, crustáceos e frutas, através do terminal marítimo de Antuérpia, na Bélgica. De olho nos mercados da Alemanha, França e da própria Bélgica, além da China, a empresa de mineração Globest Participações Ltda mantém estocado em área próxima ao Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, um carregamento de cerca de 90 mil toneladas de ferro, extraídas das jazidas de Quiterianópolis, no interior do Estado, pela mineradora.

Consolidado os negócios com a China, para onde já exportou cerca de um milhão de toneladas de ferro, distribuídos em 11 carregamentos, nos últimos cinco anos, a Globest busca agora diversificar a clientela e aproveita a retomada dos preços do ferro e do aço no mercado internacional, para abrir novas frentes.

"Com a normalização dos estoques de ferro e aço na China - maior consumidor mundial -, o preço do minério voltou a subir, está mais atraente, e nossa expectativa agora, é vendermos mais para a China, onde a construção civil continua muito forte, mas também para a Europa", revela o novo diretor vice-presidente da Globest, José Freire de Sena.

Fracionamento

E a rota, o caminho mais perto, aponta Sena, é via porto da Antuérpia, terminal fluvial localizado no interior da Bélgica e que tem como característica e especialidade, o fracionamento de cargas, principalmente de aço e materiais não ferrosos, de frutas e demais produtos perecíveis, de café, produtos florestais, cargas volumosas e pesadas e material circulante.

Por conta dessa característica, explica o diretor jurídico da Câmara de Comércio e Indústria Belgo-Luxemburguesa-Brasileira (Bergalux), no Brasil , Henrique Machado Rabelo, é que é reconhecido como o "porto de carga fracionada da Europa". "E isso é um diferencial importante em relação aos portos de Rotterdam, na Holanda, e Hamburgo, na Alemanha", acrescenta.

Segundo Sena, a moderna tecnologia adotada no fracionamento rápido de cargas, além da distância e do tempo de transporte em relação a China, reduz os custos com frete e torna o minério do Ceará mais competitivo na Europa.

Conforme disse, a Globest paga US$ 30 de frete, por tonelada de minério de ferro transportada do Pecém para o Sul da China, enquanto que para o porto de Antuérpia, sai por US$ 9, a tonelada, além da diferença de tempo, de 30 para dez dias, respectivamente. "Para exportar para médias siderúrgicas na Europa, o Porto de Antuérpia é mais vantajoso", declara Sena. Segundo ele, a Globest já está em negociações com o terminal belga para viabilizar o carregamento do minério acostado no Pecém.

Seminário

Nesta manhã, as características, especificidades e vantagens do porto da Antuérpia para o Ceará serão apresentadas na Fiec, por Henrique Rabelo e à tarde, diplomatas belgas se reúnem com empresários cearenses. O objetivo é fomentar as oportunidades de negócios e incrementar o comércio entre os dois países.

De 2011 a 2013, o Ceará exportou para a Bélgica o equivalente a apenas U$$ 2,59 milhões e importou US$ 45,86 milhões, entre combustíveis e óleos minerais, máquinas mecânicas, vidro e suas obras, produtos químicos orgânicos, fertilizantes e produtos da indústria de moagem.

Carlos Eugênio

Repórter

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