O
número de mulheres que sustentam a família com o próprio negócio cresceu nos
últimos anos.Uma pesquisa realizada pelo Sebrae aponta que 37 por cento das
brasileiras empresárias já tomam conta do orçamento familiar – um crescimento
de 10 por cento entre 2001 e 2011. O crescimento do número de chefes de família
do sexo feminino não acontece só no mundo empresarial. De acordo com dados do
Censo de 2010, o números de mulheres que são as responsáveis pela casa saltou
de 11 milhões em 2000 para 22 milhões em 2010. É assim na casa da empresária
Gabriela Leão. Além de ser a responsável pelas despesas do lar, também paga a
maioria dos custos em educação dos filhos.
"Quando
eu era casada ainda, meu marido dividia comigo as despesas das crianças, mas
ele passou por uma situação, por um a dificuldade, mudou de profissão e agora
ele não tem condição de arcar com as despesas das crianças em 50%, que era o
que antes a gente fazia, dividia entre os dois. Para não deixar faltar para as
crianças eu precisei de assumir esse pedaço bom ai. Acho que a gente pode dizer
ai que ¾ dessas despesas ficam por minha conta."
A
pesquisa do Sebrae também revela um aumento de 21 por cento do número de donas
do próprio negócio no período. O diretor técnico do SEBRAE, Carlos Alberto dos
Santos, afirma ainda que empresas encabeçadas por mulheres são mais duradouras
no mercado.
"Então
esse período da primeira década aumentou em 21% as mulheres donas do próprio
negócio. Além desse quantitativo de mulheres a frente de empresas nós temos
também a informação de que as empresárias, as mulheres tem uma qualificação
superior do que as dos homens. E que as empresas também permanecem mais tempo
no mercado, uma taxa de sucesso maior do que a masculina."
Para
a socióloga da Universidade de Brasília, Lourdes Bandeira, o crescimento de
lares e empresas chefiados por mulheres é reflexo das conquistas sociais e de
uma mudança de mentalidade.
"A
partir dos anos 90 nós temos uma mudança, digamos assim, na cultura e dos valores relativos a posição
da mulher na sociedade. Isso advêm tanto da luta feminista, da luta dos
movimentos sociais, quanto advêm também do processo de conscientização da
mulher que ela não se vê só como exclusiva responsável pelas atividades
domésticas. Ou seja, ela está lutando para uma co-responsabilização para
compartilhar as tarefas da vida privada com os seus respectivos maridos e
companheiros."
Ainda
de acordo com a socióloga Lourdes Bandeira, hoje, as mulheres estão mais
preocupadas com a qualificação profissional e por isso, acabam constituindo
família com idade mais avançada e, por esse motivo também estão tendo filhos
mais tarde. Segundo o ministério do Trabalho, uma análise no Cadastro Nacional
de Atividades Econômicas aponta que as mulheres, em 2011, estiveram mais
presentes principalmente nas atividades da administração pública, restaurantes,
atividades de atendimento hospitalar, limpeza em prédios e em domicílios e
comércio varejista especializado em eletrodomésticos e equipamentos de áudio e
vídeo.
Reportagem,
Lídia Mara
Fonte:
Agência do Rádio

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