Faturamento
com genéricos nas 28 maiores redes de farmácias do País cresceu 26,9% em 2011.
São Paulo. As vendas de genéricos e não-medicamentos (como os
produtos de higiene e beleza) vem crescendo nas farmácias do Brasil, o que é
uma boa notícia para o setor, apontam especialistas. O faturamento com
genéricos nas 28 maiores redes de farmácias do País cresceu 26,9% em 2011, alcançando
R$ 2,25 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e
Drogarias (Abrafarma). Já as vendas de não-medicamentos chegou a R$ 6,15
bilhões em 2011, aumento 28,6% em relação aos R$ 4,7 bilhões apurados em 2010.
Com
isso, "as farmácias e drogarias conseguem manter as margens oferecendo um
maior mix de produtos aos clientes", afirma o diretor da consultoria
Mixxer, especializada em varejo, Eugênio Foganholo.
Atrativos
Segundo
pesquisa divulgada pelo Procon-SP na semana passada, os medicamentos genéricos
são, em média, 52,92% mais baratos que os de referência. Por terem preços
menores, pode-se pensar que os genéricos não seriam atrativos para as
drogarias, mas isso não se verifica. Relatório do banco de investimentos
Raymond James, assinado pelos analistas Guilherme Assis e Joseph Giordano,
estima que os remédios genéricos oferecem margem bruta de 55%, enquanto
produtos de marca geram margens em torno de 20%, provendo, portanto,
"varejo e distribuidores com um maior lucro bruto por unidade".
Higiene
e beleza
Os
não-medicamentos representam cerca 30% das vendas das redes ligadas à
Abrafarma. Para o presidente da entidade, Sérgio Mena Barreto, grande parte da
lucratividade do setor vem desses produtos, já que as empresas atuam em um
mercado de "alta competitividade, preços de remédios controlados pelo
governo e baixas margens". Como um todo, o setor de higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos cresceu 18,9% no Brasil no ano passado, com faturamento
de $ 43 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). O consultor Eugênio Foganholo vê as
farmácias tornando-se cada vez mais uma referência para os consumidores desses
tipos de produtos.
Mais
renda
Para
os analistas do Raymond James, maior penetração de genéricos deve fomentar mais
vendas de produtos de higiene e beleza. "Os consumidores vão ter mais
renda disponível para comprar à medida que substituem seus remédios de marca
por genéricos", diz o relatório "Digging into generics".
A
Raia Drogasil apresentou crescimento em ambos segmentos no primeiro trimestre
de 2012. Em comparação ao mesmo período de 2011, a venda de genéricos
cresceu 34,5%, com higiene e beleza aumentando 24,6%. O mix total das vendas da
empresa é composto por: 44,6% de remédios de marca, 30,7% não-medicamentos,
19,7% por remédios que não precisam de prescrição e 10,8 % de genéricos.
A
Brazil Pharma também aposta nestes setores. Recentemente, em teleconferência
referente aos resultados do primeiro trimestre, o diretor de relações com
investidores da companhia, Rodrigo Lobo, afirmou: "O genérico é a forma
pela qual trazemos novos clientes para nossas lojas. Por isso somos bastante
agressivos nos preços, para que sobre dinheiro no bolso do cliente e ele possa
comprar outros produtos nas nossas lojas".
Copilado
do Diário do Nordeste
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