O mundo não vai acabar este
ano! Pelo menos isso não estava na previsão dos maias, ao contrário do que
místicos imaginavam. A descoberta de um novo calendário de origem maia (além de
desenhos e hieróglifos) por uma equipe de arqueólogos dos Estados Unidos situa
essa data para uma data por volta do ano 5800.
O calendário foi datado
pelos pesquisadores como tendo sido escrito no ano 813 (quando a Europa vivia
em plena Idade Média) e tinha os números um pouco borrados, mas plenamente
visíveis. As inscrições encontradas traziam ainda estudos sobre astronomia,
ciência que já tinha relativo grau de sofisticação, àquela época, entre os
grandes povos da América Central, como os maias.
Para se ter uma ideia havia
registro dos ciclos da Lua, do Sol e dos planetas Mercúrio, Vênus e Marte.
Esse é também o mais antigo
calendário astronômico maia já descoberto. As inscrições foram encontradas na
antiga cidade de Xultún, localizada na
região de Péten, Guatemala, em uma casa antiga, relativamente danificada pela
ação de saqueadores ao longo da história. Esse é considerado o maior sítio
arqueológico maia, que ainda está sendo estudado, e está próximo de outros dois
grandes sítios, já melhor conhecidos: Tikal e San Bartolo.
Em Xultún há ainda 35 pirâmides e 24 estelas, monumentos
erguidos normalmente a cada 20 anos, Isso pode indicar que a cidade teve pelo
menos 480 anos de duração. É através do
estudo desses monumentos que se estima que a civilização maia existiu pelo
menos entre os anos de 292 e 909 da nossa Era (tendo sido contemporâneo dos
Império Romano, Bizantino e Árabe).
A antiga cidade maia tinha
também dois campos esportivos, cinco reservatórios de água e várias
praças. Nas proximidades do sítio, há
ainda um palácio de 8 metros de altura e duas grandes pedreiras, na região
conhecida como Chaj K’e'k Cué. Arqueólogos acreditam que essa região era também
usada como área residencial da elite de Xultún.
Uma curiosidade sobre a equipe da Universidade de Boston que
conduziu o novo achado (que será publicado na prestigiada revista
norte-americana Science) é que o arqueólogo que chefiou as pesquisas em Xultún
chama-se William Saturno, sobrenome sugestivo para quem descobriu um dos mais
antigos calendários astronômicos das Américas.
Copilado do Diário do
Nordeste por Adriano Queiroz
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