Mesmo com a criação de 2.198
novas vagas formais, número é o menor para o mês desde 2008, aponta Caged
O mercado de trabalho formal
no Ceará registrou recuperação em abril. O saldo de empregos voltou a ficar
positivo, com 2.198 vagas criadas, sendo 38.591 admissões e 36.393
desligamentos. Em março, haviam sido perdidos 1.587 postos.
Os dados são do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE). O saldo de abril é o segundo maior do Nordeste, atrás
da Bahia (7.847), e o 14º do País. E é o menor deste abril de 2008 (885
postos).
No entanto, na comparação
com abril do ano passado, o resultado é de desaceleração. Há um ano, o mês
registrou um saldo de 6.605 vagas geradas.
Incertezas
Para o coordenador de
Estudos e Análises de Mercado do IDT (Instituto de Desenvolvimento do
Trabalho), Erle Mesquita, este período "dá sinais de recuperação na
geração de postos de trabalho por que tradicionalmente o primeiro trimestre é
sempre de acomodação". Em relação a abril de 2011, afirma, o impacto é
registrado na maioria dos setores, que anotaram saldos menores. "O
desempenho é inferior em 2012 por conta das incertezas da economia, que vem em
desaceleração desde 2011", diz.
Para ele, a redução das
taxas de juros no crédito pessoal e imobiliário vai evitar maiores perdas no
mercado de trabalho. "A queda dos juros vem para tentar dar ânimo e
reativar o mercado de trabalho", analisa. "A economia teve
crescimento expressivo em 2010, mas 2011 foi de incertezas. Em 2012, a economia
ainda tem um mercado de trabalho que vem absorvendo, mas sem essa iniciativa o
quadro seria de deterioração, com redução de postos. Por si só, a redução dos
juros não resolve o contexto, mas sem ela teria o agravamento do quadro. Já se
percebe que o ritmo do emprego vem perdendo intensidade", explica.
Quadrimestre
Na série ajustada, que
incorpora as informações declaradas fora do prazo, nos quatro primeiros meses
deste ano houve acréscimo de 3.326 postos, alta de 0,32% no estoque.
Ainda na série com ajustes,
nos últimos 12 meses verificou-se crescimento de 4,70% no nível de emprego, com
46.824 novas vagas de trabalho.
Para Erle Mesquita,
"até o momento, a expectativa é de geração de 50 mil empregos, enquanto em
2011 ficou em 46 mil. "2012 é ano eleitoral", afirma. "Isso
ajuda a aquecer o mercado", além dos impactos da redução dos juros, que só
devem ser sentidos nos próximos meses.
Setores
Os setores de atividade que
mais contribuíram para o saldo positivo em abril foram serviços (1.908 novos
postos) e comércio (359 postos), administração Pública (88), extrativa mineral
(35) e indústria de transformação (34). Os setores da construção civil e
agropecuária registraram saldos negativos em abril, com 126 e105 vagas
perdidas, respectivamente.
Na análise dos setores no
quadrimestre, os serviços puxam o saldo positivo, com 7.609 vagas geradas,
seguida pela administração pública (234) e o extrativismo mineral (58). Os
saldos negativos são registrados na agropecuária (-2.369), indústria de transformação
(-1.073), comércio (-788) e construção civil (-409), no quadrimestre.
Concentração na Capital
A geração de emprego é
concentrada em Fortaleza, onde o saldo de abril é de 2.269 novas vagas, no
quadrimestre é de 4.326 e nos 12 meses, de 31.305.
Segundo Mesquita, o interior
do Estado sofre com as perdas de indústria e do agronegócio. "O interior
enfrenta problemas com o fechamento de empreendimentos do agronegócio desde
2009, quando se sentiu o primeiro baque da crise internacional", afirma.
"Em 2011, a indústria foi uma aposta para geração de emprego. O setor
calçadista foi penalizado neste cenário e o impacto é maior no interior.
Fortaleza concentra dois terços do emprego e das empresas, principalmente no
comércio e serviços", diz.
De acordo com ele, a
construção civil vive as incertezas da economia. "É um setor que precisa
de investimentos a longo prazo", diz. "Mas ainda há obras de
infraestrutura. O setor segue em alta, mas em processo de acomodação com
entrega de empreendimentos e negociação de novos projetos", justifica.
Saldo de abril é o menor
desde 2009 no País
São Paulo. O Brasil
registrou a criação de 216.974 vagas com carteira assinada em abril. Esta é a
menor geração para este mês desde 2009 (106.205), de acordo com dados do Caged
do MTE. O número representa o saldo entre admissões e desligamentos no mês. O
saldo é resultado de 1.798.381 admissões e 1.581.127 desligamentos.
Na relação com março, a
geração de vagas registrou incremento de 94,1%. Em março foram geradas 111.746
postos. Na comparação com abril de 2011, quando foram criados 272.225 postos,
houve um recuo de 20,3%.
Nos últimos 12 meses, o
crescimento foi de 4,64%, equivalente à criação de 1.713.410 postos de
trabalho. De janeiro de 2011 a abril de 2012, foi registrado um saldo de
2.706.201 novos postos de trabalho. No acumulado do ano, há um acréscimo de
702.059 postos de trabalho, uma expansão de 1,85% no estoque de empregos para o
período.
Crescimento
Segundo o relatório do
ministério, abril foi o primeiro mês que apresentou crescimento em todos os
oito setores da economia. Em números absolutos, o setor de serviços liderou em
número de contratações, com 82.875 postos (0,53%). Na construção civil foi
registrado saldo de 40.606 novos postos (1,36%), enquanto o comércio contratou
33.704 pessoas (0,40%) e a indústria de transformação abriu 30.318 novas vagas
(0,37%).
CAROL DE CASTRO
REPÓRTER
Copilado do Diário do
Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário