Somente neste ano, 225
denúncias foram recebidas pela Vigilância Sanitária no setor de alimentação
Quem nunca ouviu a expressão
"você é o que você come"? Mas o que você faz para melhorar a sua
alimentação? Quais cuidados toma para manter os alimentos de sua casa
saudáveis? Nos restaurantes que frequenta, você se preocupa em saber como os
alimentos são preparados? É preciso ficar atento, pois somente neste ano, o
setor de alimentação da Vigilância Sanitária do Município recebeu 225 denúncias
relacionadas à alimentação.
Destas, 166 foram
devidamente atendidas. Aline Costa, engenheira de alimentos do órgão, informa
que o tipo mais comum de denúncia é de estabelecimentos com más condições de
higiene. As demais relacionam-se a manipuladores que trabalham sem os
equipamentos de proteção individual, como touca, avental e bota, presença de
insetos no ambiente, produtos vencidos. Há também queixas de pessoas que
sofreram infecções alimentares por ingerir alimentos contaminados.
Intoxicação
Foi o que ocorreu no dia 23
de abril, no Crato, região Sul do Ceará. Após comer sushi em um supermercado,
13 pessoas passaram mal e deram entrada no Hospital do Cariri com suspeita de
intoxicação alimentar.
Para averiguar a
possibilidade de contaminação nos sushis, a Vigilância Sanitária recolheu
amostras e encaminhou para o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará
(Lacen). Após dez dias, o órgão atestou a presença da bactéria salmonella sp
(responsável por graves infecções alimentares) encontrada na amostra de
camarão. Entretanto, outro exame solicitado pelo supermercado feito no Núcleo
de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), não constatou a presença de nenhum
tipo de bactéria.
A engenheira de alimentos da
Vigilância Sanitária destaca que não é à toa que alguns alimentos requerem
maior controle da temperatura. "Temos que acabar com essa cultura de que
foi para o fogo está resolvido, que não causará doença. Isso não é
verdade", frisa. De acordo com a especialista, algumas bactérias são
resistentes até ao cozimento.
Um problema bastante
recorrente que encontra é de manipuladores que utilizam a mesma tábua para
cortar verdura e carne, o que causa a chamada contaminação cruzada. A
especialista alerta que essa é uma prática que deve ser evitada tanto nos estabelecimentos
quanto em casa.
Marcos Aurélius da Costa
Santos, proprietário da Casa do Sushi, na Maraponga, comenta que trabalhar com
sushi é diferente de trabalhar com pizza e sanduíche, porque a comida é crua. O
empresário ressalta que é importante saber a procedência do produto para que
ele não chegue perto do vencimento.
Além disso, tem que ter um
controle da temperatura, desde o transporte, passando pelo armazenamento até a
hora de chegar no consumidor. "Tudo é anotado e etiquetado, pois, caso
ocorra algum problema, temos como identificar", diz Santos.
Alcíone Oliveira, engenheira
de alimentos e consultora de boas práticas da Amah Consultoria e Treinamentos,
acompanha 70 estabelecimentos onde avalia a higienização, tanto pessoal como do
ambiente, controle de pragas, saúde do manipulador e potabilidade da água.
"São medidas preventivas que possibilitam maior controle", explica.
Fique por dentro
Cartilha dá instruções de
boas práticas
Para garantir alimentos mais
seguros e proteger a saúde dos consumidores, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) lançou, em 2004, através da Resolução RDC nº 216/04, uma
cartilha sobre Boas Práticas para serviços de alimentação. O objetivo é
esclarecer sobre os cuidados durante a manipulação dos alimentos. As regras são
voltadas aos serviços de alimentação, como padarias, cantinas, lanchonetes,
bufês, confeitarias.
De acordo com a cartilha,
alguns micróbios, quando presentes nos alimentos, podem causar doenças, sendo
chamados de prejudiciais à saúde ou patogênicos. Contudo, engana-se quem pensa
que eles sempre alteram o sabor e o cheiro dos alimentos. Alguns deles
multiplicam-se nas comidas sem modificá-las, silenciosamente. Costumam
multiplicar-se nos alimentos quando encontram condições ideais de nutrientes,
umidade e temperatura.
A cartilha diz que há mais
micróbios em uma mão suja do que pessoas em todo o planeta. Doenças provocadas
pelo consumo de alimentos ocorrem quando micróbios prejudiciais à saúde,
parasitas ou substâncias tóxicas são transmitidas ao homem por meio da comida.
Copilado do Diário do
Nordeste
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