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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Casos de dengue crescem 26% e somam 4.643 doentes


Número deve ser bem maior, já que boletim ainda não abrange todo o mês de abril, afirma Secretaria de Saúde

Todo mundo conhece alguém ou tem algum familiar que está com dengue e segue internado. E o boletim epidemiológico, divulgado, ontem, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), comprova bem toda essa crescente: já são 4.643 confirmados só na Capital, um aumento de 26% em relação ao dia 26. São 959 confirmações em uma semana. É como se tivéssemos 137 doentes contabilizados a cada dia. Mesmo assim, a gestão continua a negar um quadro epidêmico.


"Não estamos ainda em epidemia declarada, mas os vários casos graves que temos já são bem suficientes para revelar a gravidade da nossa situação", afirma o coordenador da célula de vigilância da SMS, Antônio Lima. Ele comenta também que os atuais 8.783 casos notificados e 4.643 confirmados na cidade podem ser bem maiores, visto que o recente boletim - representando a semana 18 - ainda não contabilizou todos doentes do fim de abril, das duas últimas semanas de maior sentimento crescente de infestação. Prova disso é o que apresenta o documento da Secretaria Municipal: 2.178 casos confirmados no mês de março e apenas 822 em abril. "Muitos números ainda estão sendo atualizados. Existe um certo atraso e defasagem. Com esse surto da última quinzena, a estatística, talvez do próximo boletim, possa ser bem maior", comenta Lima. O motivo da defasagem seria a alta demanda e a falta de digitadores específicos.

Gravidade

O boletim aponta ainda o crescimento do número de casos graves, saltando de 16 para 22 em sete dias. A quantidade de óbitos decorrentes de gravidade se manteve em quatro, na Capital.

Fortaleza, no entanto, segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), já contabiliza dez mortes, somando as que aguardam a classificação final.

Das seis Secretarias Executivas Regionais (SERs), três delas - I, III e IV - estão com índices de epidemia, de infestação acima do limite do aceitável. O bairro do Antônio Bezerra é o que mais apresenta casos, são 195, seguido de Messejana (159), Barroso (148) e Canindezinho (145).

Uma reunião, ontem, entre os gestores municipais e estaduais, o Ministério da Saúde e integrantes do Comitê Estadual de Combate à Dengue, apontou várias ações para tentar reduzir as estatísticas, entre elas, a distribuição do serviço de fumacê por toda a cidade, além da instalação de 16 unidades de hidratação e nove carros para transporte de pacientes com maior gravidade e risco.

"Há, hoje, cerca de 109 bairros de Fortaleza em estado de alerta máximo. Não temos, infelizmente, como conseguir evitar plenamente os casos com gravidades, mas temos como tratá-los na rede hospitalar", detalha.

No perfil dos doentes de Fortaleza, apresentados ontem pela SMS no boletim da semana 18, a faixa etária com maior predominância ainda é entre 21 e 30 anos (1.066). Os idosos acima de 80 anos tem menor incidência (31). A maioria dos atingidos ainda são mulheres (2.415) e o restante, 2.222, de homens.

O titular da Sesa, Arruda Bastos, se mostra preocupado com a situação de Fortaleza. Durante encontro, ontem, com o Ministério da Saúde, ele pleiteou aumento de investimentos, pedidos de mais recursos e de suporte para distribuição urgente do carro do fumacê por toda a Capital.

"O mais importante para a gente, hoje, é tentar reduzir a infestação predial e entender os efeitos da dengue 4 na população. A média de Fortaleza de 3,4 está muito alta, perto de uma epidemia. Temos que agir com pressa pois o mês de maio também é tradicionalmente tido como crítico", destaca Bastos.

A dengue tipo 4 apresenta os mesmos sintomas dos outros tipos, como dor de cabeça forte, febre alta e manchas vermelhas.

IVNA GIRÃO
REPÓRTER
Copilado do Diário do Nordeste

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