O
consumidor precisa adotar uma série de procedimentos para evitar a contaminação
dos alimentos
De
tecido ou de plástico, as sacolas retornáveis, aos poucos, conquistam o seu
espaço pelos corredores dos shopping centers ou nos carrinhos dos
supermercados. Com estilo, elas servem como suporte para campanhas em defesa do
meio ambiente e contribuem para a conscientização das pessoas quanto ao uso do
plástico em excesso e o descarte excessivo de materiais.
Mas
se uma sacola retornável vale por mil de plástico, é bom ficar de olho na sua
higienização. Caso não sejam bem lavadas e conservadas funcionam como uma faca
de dois gumes quando o assunto é transmissão de bactérias. Especialistas
alertam para o uso correto das sacolas retornáveis, bem como sua limpeza, que
deve ser feita toda vez que for usada.
"As
infecções e intoxicações alimentares são produzidas por várias classes de
micro-organismos, sendo as mais comuns os fungos e as bactérias", destaca
Shandra Carmen Sales Aguiar, que é coordenadora Núcleo de Educação do
Consumidor e Administração Familiar do Departamento de Economia Doméstica da
Universidade Federal do Ceará (UFC).
Dentre
os tipos de micro-organismos que podem produzir infecções ou intoxicações
alimentares, os fungos são os que aparecem, às vezes, sobre a superfície do
pão, bolo ou queijo.
Quanto
às bactérias, apesar de algumas não causarem doenças, e serem usadas na
indústria alimentícia na elaboração de certos alimentos, como o iogurte, leite
fermentado e outros, a maioria de intoxicações alimentares são causados por
elas, pelas toxinas que liberam.
Shandra
Carmen Aguiar destaca algumas bactérias patogênicas, sendo as mais comuns
Estafilococo, Shigella, Escherichia Coli, Salmonela e Bacillus Cereus, dentre
outras. "Nem todos os alimentos são contaminados com a mesma
facilidade", diz.
Higiene
Alguns,
no entanto, oferecem mais chances para a multiplicação de micro-organismos,
justamente, por serem alimentos mais perigosos do ponto de vista da higiene
alimentar, como carne, leite e queijos frescos.
Dessa
maneira, as sacolas retornáveis apresentam risco de abrigar micro-organismos
durante o transporte de alguns alimentos ou embalagens ocasionalmente
contaminadas. "É natural, em certa medida, que a superfície de produtos e
gêneros alimentícios contenha algumas bactérias, isso pelo manuseio da
mercadoria e até pela sua própria origem".
Porém,
só existe problema se a quantidade de micro-organismos estiver acima de um
certo limite, ou quando ocorre condição favorável para a multiplicação deles.
Se algumas bactérias atingirem a superfície das sacolas e não houver
higienização, poderá ocorrer uma multiplicação suficiente para transformar essa
"carga bacteriana" com potencial para causar doenças.
"É
interessante que o consumidor observe sempre quando for usar a sacola
retornável se não há algum resíduo". O ideal é lavar a sacola de imediato.
"Sempre recomendamos que os alimentos devam ser higienizados antes de
armazenados", sugere.
Os
micro-organismos, quando em maior quantidade, podem, também, alterar o sabor e
até estragar o alimento, observa. Outro cuidado que o consumidor deve ter, é
nunca deixar as sacolas dentro do carro, mas em locais arejados, para evitar a
multiplicação de bactérias, orienta.
O
uso inadequado das sacolas retornáveis ou de caixas de papelão, podem ocasionar
problemas de saúde nos consumidores. "O importante é ter mais de uma
sacola", orienta Aline Costa, engenheira de alimentos da Vigilância
Sanitária da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
Lavagem
As
bactérias que ficam no tecido ou no plástico das sacolas ocasionam desde mau
cheiro a doenças gastrointestinais. Para evitar contaminação, o consumidor deve
dispor de pelo menos três sacolas retornáveis.
"Os
produtos de limpeza não devem ser transportados junto com os alimentos",
recomenda Aline Costa. A temperatura deve ser adequada para que não haja
contaminação dos produtos perecíveis durante o transporte.
Conservação
A
orientação é de que os consumidores utilizem sacolas separadas para levar
carnes, vegetais e produtos de limpeza. O objetivo é evitar contaminação. O
ideal, segundo os especialistas, é ter em mão três sacolas retornáveis.
As
sacolas retornáveis devem ser lavadas com água e sabão, de preferência toda vez
que forem utilizadas. A água sanitária também pode ser usada para a lavagem da
sua "ecobag", que pode ser limpa também com álcool gel.
Atenção
Na hora de comprar a sua sacola retornável. O consumidor deve dar preferência a
uma sacola que seja fácil de lavar. As de tecido muito grosso, oferecem maior
risco dos micro-organismos ficarem presos entre as tramas.
Ao
optar pelas caixas de papelão, é preciso ficar atento ao produto que estava
armazenado antes. Não se deve colocar frutas, verdura e outros alimentos em
caixas que acondicionavam produtos de limpeza, por exemplo.
IRACEMA
SALES
REPÓRTER
Copilado
do Diário do Nordeste
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