As águas do Rio São Francisco começam a molhar o sertão do Ceará. Na manhã desta quarta-feira (23), o governador Camilo Santana inaugurou o primeiro trecho do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). A obra leva o nome do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Welington Landim. “Nenhum país, nenhum estado, se desenvolve sem ter água. Água e energia são fundamentais na infraestrutura de qualquer região Daí a importância dessa obra estruturante”, disse o governador. Participaram também da solenidade a vice-governadora, Izolda Cela, o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, deputados estaduais, prefeitos e outras lideranças locais.
Camilo destacou ainda que o CAC vai beneficiar milhões de cearenses com abastecimento humano. “Mas é fundamental – e já estamos mantendo tratativas com o Governo Federal para isso -, que essa água possa ser usada também para produzir, gerar empregos, gerar desenvolvimento”, acrescentou. O governador também destacou a importância do debate – seja na esfera governamental, no âmbito do setor produtivo, ou ainda na instância-base do gerenciamento dos recursos hídricos no Ceará (os comitês de bacias), sobre “o uso sustentável dessa água”.
O secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, falou em tom de agradecimento. Citou o corpo técnico e administrativo do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), os profissionais do Sistema Estadual de Recursos Hídricos e, principalmente, o governador Camilo Santana. “Saibam que, desde o primeiro dia do primeiro mandato do governador Camilo, não faltaram apoio e esforços para essa obra se concretizar. Dessa forma, as minhas palavras não poderiam ser senão de agradecimento”, disse o secretário.
Segundo ele, o CAC dará capilaridade às águas do São Francisco por toda a região do Cariri, chegando ao alto Jaguaribe por Nova Olinda. “Dalí, essas águas que hoje já abastecem o Castanhão, poderão contribuir também com recargas para o (açude) Orós, aumentando a garantia hídrica no território cearense”, disse. Teixeira destacou que a chegada das águas do São Francisco pelo CAC ao Cariri também reforça o abastecimento da segunda maior região metropolitana do Estado, atrás apenas da Grande Fortaleza.
O Cinturão das Águas
O trecho emergencial (lotes 1, 2 e 5), já concluído, faz a transposição de água para o Riacho Seco, saindo do leito natural até o Rio Salgado, Rio Jaguaribe e por fim, o Açude Castanhão, que posteriormente transfere água para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), beneficiando 4,5 milhões de pessoas.
A implantação do trecho emergencial do CAC possibilita uma melhor eficiência na condução da água derivada do Eixo Norte do PISF até o Açude Castanhão (maior do Estado), garantindo a segurança hídrica da RMF.
Os lotes 03 e 04, ainda em obras, vão aumentar a segurança hídrica da Região do Cariri, a segunda em densidade demográfica e em importância econômica do Estado. Deste modo, ao estabelecer uma maior aproximação da água do Projeto São Francisco a todos os municípios da bacia hidrográfica do Salgado, o CAC aumenta a disponibilidade hídrica para os múltiplos usos de toda a população da Região do Cariri.
Outro benefício, propiciado pelo CAC, é o incremento da garantia hídrica para o abastecimento dos municípios da região do Alto Jaguaribe, por meio dos sistemas adutores concebidos no Programa Malha d’Água. Este sistema teria sua captação no final do Trecho 1, em Crato ou Nova Olinda, e conduziria a água tratada até cidades como Araripe, Campos Sales e Salitre, dentre outras que apresentam relevante vulnerabilidade hídrica.
O CAC tem por objetivo principal aduzir as vazões transpostas do Rio São Francisco e distribuir em regiões hidrográficas do Ceará.
Presenças
Estiveram presentes à solenidade de inauguração o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, o deputado estadual Guilherme Landim, os prefeitos Mônica Mariano (Jati), Gislaine Landim (Brejo Santo), Afonso Tavares (Abaiara), Héricles Feitosa (Barro) e Cícero Figueirêdo (Milagres). Também diversos representantes do poder legislativos de municípios do Cariri. Da área técnica, o superintendente da Sohidra, Yuri Castro, gerente da Cogerh na Bacia do Salgado, Alberto Medeiros e diretor-geral do Dnocs, Fernando Leão. O presidente do Comitê da Sub-Bacia do Salgado Wildevânio Vieira também marcou presença.
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