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quarta-feira, 2 de junho de 2021

Jaguaruana: três suspeitos, incluindo advogado, foram presos por supostamente atuarem em conjunto aplicando golpes contra pessoas vulneráveis


Na manhã desta terça-feira (01), por volta das 05h45, equipes da Polícia Civil de Jaguaruana-CE, coordenadas pelo Delegado responsável, Dr. Alysson Alves Nunes, cumpriram Mandados de Busca e Apreensão Criminal, bem como Mandados de Prisão Preventiva, da Vara Única da comarca da cidade, nas residências e escritórios de advocacia de Francisca Carla Pinheiro Mendes, Joana Francisca de Abreu e Pedro Julião Bandeira Régias Júnior, este último advogado.

Os três são suspeitos de atuarem em conjunto na região aplicando golpes nas pessoas, principalmente cidadãos com baixo grau de instrução, a fim de se apropriarem indevidamente de benefícios previdenciários com a retenção de documentos pessoais. Pedro Julião e Joana Francisca atuavam como advogados e Francisca Carla trabalhava captando clientes para os advogados ajuizarem as respectivas ações.

O INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES

As investigações sobre os acusados tiveram início a partir de um Inquérito Policial na mesma Delegacia visando apurar a prática de crime de apropriação indébita tendo como vítima um menor portador de Transtorno de Espectro do Autismo (TEA) em que Francisca Carla passou a receber as parcelas do auxílio previdenciário da vítima.

Além disso, surgiram diversas denúncias e boletins de ocorrências que dão conta do mesmo grupo agindo com modus operandi idêntico, reiteradamente. Ou seja, captando clientes, retendo documentos pessoais, requerendo senha pessoal para acesso ao aplicativo “Meu INSS” e não repassando o valor dos benefícios às vítimas.

MODUS OPERANDI

As investigações preliminares demonstram uma prática reiterada e organizada de atos ilícitos. Inclusive, em um dos enredos da empreitadas criminosas, conforme depoimentos, é possível perceber que a investigada Francisca Carla atua como primeira interveniente junto aos beneficiários vulneráveis e seus representantes, com o objetivo de captar vítimas. Na advocacia o termo para esse tipo atuação é “Laçador”. Os “laçadores” são atravessadores que, de forma ilegal, ganham comissão pelo agenciamento de causas e ‘recrutam’ clientes em torno dos Fóruns para que os mesmos entrem com ações, muitas das vezes desnecessárias.

Nessa atuação, Francisca Carla repassava todas as informações para Joana Francisca, que se identifica falsamente como advogada, oportunidade em que prepara documentação. Para fechar manobra, o terceiro investigado, Pedro Julião, entra como advogado com o processo judicial e repassa os valores conquistados com a demanda para os demais integrantes do grupo (feitos possivelmente através de depósitos em contas de terceiros para posterior repasse, com aparência de tentativa de branqueamento de capitais).

OUTRA FACE

Outra forma de atuação do grupo mostra a investigada Francisca Carla passando a se apropriar de valores dos beneficiários na origem da atuação criminosa, com saques bancários indevidos, não se podendo precisar, ainda, a existência de rateio dessas quantias iniciais específicas entre o grupo.

Os mandados foram cumpridos nas residências e escritórios de advocacia dos suspeitos em Jaguaruana e no escritório de advocacia e residência de Pedro Julião em Limoeiro do Norte-CE. Os mesmos foram presos e conduzidos às respectivas delegacias das referidas cidades. Nas buscas foram apreendidos aparelhos celulares e computadores, bem como diversos documentos e processos das vítimas.

Nas redes sociais, em publicação sobre o caso em perfil particular, houve imensa revolta por parte da população. Diversas pessoas alegam que também foram vítimas.

https://www.facebook.com/502073906485206/posts/6462344303791440/

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