Após um ano de períodos intensos de chuva intercalados com escassez, a produção de grãos do Ceará, em 2019, registrou queda de 10,65% na colheita em relação a 2018, totalizando 564,6 mil toneladas. O dado é do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado ontem (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da redução, as chuvas de pré-estação já deixam os produtores animados e atentos à preparação para o plantio deste ano.
O presidente da Câmara Setorial do Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), José Amilcar Silveira, lembra que a redução da safra de grãos se deve a uma questão climática. "Aqui na Região Metropolitana chove muito. No Eusébio, por exemplo, choveu mais de 2 mil milímetros. É muito acima da média. Mas não é o que acontece no Sertão, onde são cultivados os grãos", afirma.
O presidente da Câmara Setorial do Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), José Amilcar Silveira, lembra que a redução da safra de grãos se deve a uma questão climática. "Aqui na Região Metropolitana chove muito. No Eusébio, por exemplo, choveu mais de 2 mil milímetros. É muito acima da média. Mas não é o que acontece no Sertão, onde são cultivados os grãos", afirma.
Ele explica que as chuvas já observadas em dezembro e janeiro dão ânimo, principalmente para a pecuária, pois os pastos começam a ficar mais verdes e o gado passa a se alimentar melhor. "Para o agronegócio, serve como indicativo. O produtor fica até meados de março se preparando para o plantio, período em que historicamente é registrado o maior volume de chuvas", aponta Silveira.
Excesso de chuva
A coordenadora da Reunião Estadual das Estatísticas Agropecuárias (Reagro) do IBGE no Ceará - responsável pelo levantamento -, Regina Feitosa, explica que o excesso de chuvas em alguns municípios encharcou o solo, impossibilitando a preparação para o plantio. "O produtor não teve como arar o solo e acabou reduzindo a área de algumas colheitas. Além disso, alguns produtos, como o feijão, tem baixa resistência a um grande volume de água", diz.
Entre os 15 tipos de grãos monitorados, nove apresentaram crescimento da produção em 2019, enquanto seis registraram redução. Apesar da queda na colheita, a safra obtida no Estado foi 17,22% superior à primeira estimativa para o ano, quando eram previstas 481,6 mil toneladas.
Feitosa esclarece que, para calcular a primeira estimativa, são levados em consideração o resultado dos últimos onze anos. "Por termos tido muitos anos de seca, partimos de uma baixa base de comparação, que vai sendo atualizada ao longo do ano", diz.
Falta de água
Além disso, a escassez contribuiu para a menor produção de grãos no Ceará em territórios como Sertão de Crateús, Inhamuns, Cariri e Cariri Oeste - grandes regiões produtoras de milho e feijão. Nessas áreas, houve períodos de seca que variaram de 21 a 35 dias. "Os agricultores plantaram, mas não houve germinação e tiveram que desistir de replantar ou plantar uma área menor", revela Feitosa.
E o rendimento também foi afetado. A situação mais grave foi constatada no Sertão Central e Inhamuns, que apresentou desvio negativo entre os meses de março e maio, justamente o período em que é necessária a umidade no solo para formação dos grãos.
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