Cárie ou dor de dente são problemas comuns de saúde bucal que levam a população a postos de saúde, mas atendimentos mais complexos são enviados aos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). Na rede estadual, os principais serviços procurados são de correção da posição dos dentes, próteses dentárias e resolução de problemas da polpa (parte interna do dente), de acordo com dados da plataforma IntegraSUS, alimentada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
As informações se referem a 19 CEOs espalhados no interior do Estado e também mostram crescimento no número de consultas: de 231.841, em 2018, para 233.840, em 2019. No ano passado, um em cada três atendimentos foi por ortodontia, especialidade que trata da implantação de aparelhos. Em seguida, aparecem as próteses, com 25% do total, e a endodontia, que trata o canal, com 17%. Em quarto, vieram serviços de traumatologia, com 10% do volume.
Mesmo com o agendamento, o número de faltas às consultas é considerado alto. Em âmbito estadual, nos últimos dois anos, o percentual de ausências chegou a quase 20%. Em todo o ano de 2019, os CEOs estaduais registraram 364.440 marcações - no entanto, 67.399 atendimentos (18,4%) nunca se concretizaram pela falta do paciente. No ano anterior, o número registrado foi semelhante: 67.644 ausências (19,2%) em relação aos 350.560 agendamentos contabilizados ao longo de 12 meses no Estado.
Em Fortaleza, há seis equipamentos do tipo, sendo três de gestão estadual e três do Município. A dona de casa Maria Regina Gomes já frequenta o CEO do Centro há quase sete anos para conseguir atendimento para os três filhos. Segundo ela, "nunca demorou não". "Quando peguei o encaminhamento, me disseram que eu ia passar um ano. Mas, se eu tiver passado 15 dias, foi muito", relata ela, que sai da Lagoa Redonda para buscar principalmente serviços de aparelho ortodôntico, canal e extração.
As informações se referem a 19 CEOs espalhados no interior do Estado e também mostram crescimento no número de consultas: de 231.841, em 2018, para 233.840, em 2019. No ano passado, um em cada três atendimentos foi por ortodontia, especialidade que trata da implantação de aparelhos. Em seguida, aparecem as próteses, com 25% do total, e a endodontia, que trata o canal, com 17%. Em quarto, vieram serviços de traumatologia, com 10% do volume.
Mesmo com o agendamento, o número de faltas às consultas é considerado alto. Em âmbito estadual, nos últimos dois anos, o percentual de ausências chegou a quase 20%. Em todo o ano de 2019, os CEOs estaduais registraram 364.440 marcações - no entanto, 67.399 atendimentos (18,4%) nunca se concretizaram pela falta do paciente. No ano anterior, o número registrado foi semelhante: 67.644 ausências (19,2%) em relação aos 350.560 agendamentos contabilizados ao longo de 12 meses no Estado.
Em Fortaleza, há seis equipamentos do tipo, sendo três de gestão estadual e três do Município. A dona de casa Maria Regina Gomes já frequenta o CEO do Centro há quase sete anos para conseguir atendimento para os três filhos. Segundo ela, "nunca demorou não". "Quando peguei o encaminhamento, me disseram que eu ia passar um ano. Mas, se eu tiver passado 15 dias, foi muito", relata ela, que sai da Lagoa Redonda para buscar principalmente serviços de aparelho ortodôntico, canal e extração.
Encaminhamento
Contudo, nem todos confirmam a data correta do comparecimento. A orientação, de acordo com o coordenador municipal de Saúde Bucal da Prefeitura de Fortaleza, José Carlos de Souza Filho, é que o paciente vá a um dos 113 postos de saúde da Capital para saber como está o encaminhamento da demanda. Isso porque estratégias de comunicação como cartas, mensagens e ligações telefônicas podem falhar por mudanças de endereço ou de contato.
Enquanto isso, ainda há pessoas que dormem na fila em busca de atendimento não programado. Ontem, uma mulher chegou ao local às 3h para conseguir uma das 20 fichas para a mãe. Conseguiu a 10. "Se for pra pegar encaminhamento do posto, demora que só", conta ela, que não quis se identificar. No fim das contas, a mulher não conseguiu realizar nenhum procedimento porque estava com a pressão acima da normal.
O odontólogo ressalta que, nas unidades básicas de saúde, são realizados tratamentos como limpeza, obturação e pequenas extrações. Já nos CEOs, são atendimentos encaminhados de canal, cirurgias mais complexas e, principalmente, próteses dentárias. "É uma demanda reprimida de décadas", ressalta o coordenador José Carlos.
Um novo Centro a ser implantado na policlínica do bairro Siqueira já deve contar com um laboratório específico de próteses para dar mais vazão à demanda.
Nesta segunda, no CEO Joaquim Távora, o porteiro Paulo Lopes esperou atendimento para a filha Ana Esther, de cinco anos, que reclamava de dores de dente desde a última sexta (3). "Acho que é cárie", arriscou o pai, que saiu da Vila União e chegou ao local às 9h para a consulta às 9h30. Ele avaliou o serviço como "regular". Quem qualificou como "bom" foi a dona de casa Sandra Oliveira, que levou Gabriel, de sete anos, para a consulta - embora tenham precisado se deslocar do Bom Jardim.
Triagem
Conforme o coordenador municipal do serviço, não há como escolher o local de atendimento para evitar imparcialidades nas marcações. Por isso, quem faz a triagem é o sistema de informação, que busca o CEO com a data mais próxima. Sem problemas para a aposentada Maria do Socorro Silva, 67, que, na segunda consulta recebida, constata que "não tem muita demora e nem lotação".
Depois de obturação e limpeza, ela se prepara para receber uma prótese. "No meu interior, Morrinhos (na região Norte, a cerca de 210 km de Fortaleza), quase todo mundo extrai os dentes cedo. Tem pessoas de 18 anos usando prótese. Até que eu demorei muito", conta a aposentada, que relata escovação diária para prevenir problemas bucais.
José Carlos de Souza Filho ressalta que, em tese, 70% do trabalho do profissional de odontologia deveria ser preventivo e só 30% curativo; mas, na prática, os índices são invertidos pela "falta de processo educacional" mais efetivo. Por isso, atualmente, a Saúde trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para conscientizar os principais alvos: as crianças.
Higienização
"Ainda vemos gente sem escovar, algo que deveria ser feito de três a quatro vezes por dia. A boca é uma cavidade com uma imensidão de flora bacteriana, que pode ser mais infectada não dependendo do grau de higienização. Elas podem ser mais agressivas ou não. Temos visto vários casos de focos dentários que comprometem o estado de saúde da população. Tudo isso influencia na saúde sistêmica de forma geral", explica o odontólogo.
São sinais aos quais a dona de casa Sandra Oliveira tenta ficar atenta, tanto em relação a ela quanto ao filho Gabriel. "É raro ele ir ao dentista, onde ele faz aplicação de flúor, essas coisas mais básicas. No dia a dia, ele escova só de manhã e de noite. Ele mesmo que manuseia a escova, por isso é que acho que criou (cárie). Às vezes é que vou dar uma olhada", relata a mãe, emendando com uma confissão: "em outras, eu que esqueço de escovar à noite".
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/aparelhos-e-proteses-lideram-os-atendimentos-em-saude-bucal-no-ce-1.2195442
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