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domingo, 30 de junho de 2019

Apesar de queda, Ceará teve 3.221 casos de catapora em cinco anos

virose é aparentemente comum e, para muitos, “a cara da infância” – mas as simples bolhas no corpo podem evoluir para quadros graves de febre alta e até desenvolvimento de doenças mais sérias em adultos. Entre 2014 e 2018, o Ceará registrou 3.221 casos de catapora (ou varicela), segundo o Ministério da Saúde. Somente os casos graves da doença, que exigem internação, têm notificação obrigatória pelas unidades de saúde.



Apesar da grande incidência, a doença tem retrocedido. Em 2014, foram 805 casos no Estado, número que reduziu para 69 em 2018, queda de 91%. A Pasta federal não informou os dados referentes à Capital nem ao ano de 2019. 
Por não ter notificação compulsória, as secretarias estadual e municipal não contabilizam as infecções, mas esta última confirma que muitas crianças estão suscetíveis à varicela, já que a vacina só entrou no calendário nacional do SUS em 2013.
Antes disso, era preciso pagar pela imunização – informação desconhecida pela contadora Kilvia Carvalho, 34, que lida, agora, com os dois filhos infectados pela varicela: Davi, 14, e Gabriel, 8. “O mais velho pegou dois dias depois que voltou de uma viagem a São Paulo, suspeito que tenha relação. Começou com febre, dor de cabeça, e no terceiro dia apareceram as bolhas pelo corpo. Tá com mais ou menos 20 dias, isso, mas já cicatrizando”, relata a contadora.
Consequentemente, ambas as crianças foram afetadas pela virose, e com mesmo nível de gravidade. “Fiquei sabendo que a vacina, devido à idade, só era dada pela rede particular. Pela falta de conhecimento, acabaram não sendo vacinados na época. Eu acreditava que o SUS (Sistema Único de Saúde) englobava as vacinas, mas não”, lamenta Kilvia.
Vacina
Atualmente, o preço médio da tetraviral, para crianças e adolescentes menores de 12 anos, é de R$ 310 em clínicas da Capital. Já a imunização contra varicela, para maiores de um ano, é de R$ 180. 
Já na rede pública, as doses estão disponíveis em todos os postos de saúde. De acordo com o MS, foram repassadas ao Ceará, neste ano, 40 mil doses contra varicela e 80 mil doses de vacina tetraviral.
Infecção
Entre 2012 e 2017, o Nordeste teve quase 88 mil casos da virose. Naquele ano, mais de 23 mil pessoas tiveram catapora, número que caiu para 2.744 em 2017, uma redução de 88%. Os dados são do Ministério da Saúde, e apontam, ainda, que a faixa etária com a maior frequência de casos notificados em todo o Brasil foi de 1 a 4 anos, com 227.660; seguida por 5 a 9 anos, com 179.592. Pessoas maiores de 50 anos são as menos atingidas, totalizando 4.081 casos em seis anos.
De acordo com a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vanessa Soldatelli, a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção. A primeira dose, explica, deve ser tomada por bebês de 15 meses, e a segunda, por crianças de 4 a 6 anos. Para esta segunda faixa, a dose entrou no calendário de vacinação obrigatória apenas em 2018, o que pode ter tornado vulnerável boa parte da população.
Muitas crianças tomavam uma dose no posto de saúde e a segunda em clínica particular, outras não tinham condições. Até 2018, muitas ficaram vulneráveis. Inclusive, entre os infectados de hoje pode haver adolescentes que foram vacinados na infância. A vacinação não quer dizer que nunca vá ter a doença, mas dificulta a infecção e a torna bem mais amena, sendo indispensável”, alerta a coordenadora.
Cobertura
Fortaleza, até maio deste ano, a cobertura vacinal (CV) contra varicela já totaliza 90%, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), número superior aos 89% de CV registrados em 2018. Em todo o Estado, 75% das crianças estão imunizadas contra a virose – ano passado, 89% colocaram o cartão de vacinação em dias com ambas as doses da varicela. A vacina, conforme a Sesa, está disponível gratuitamente nos 184 municípios cearenses.
Segundo Vanessa, Fortaleza tem, geralmente, dois surtos por ano: um em março e outro entre agosto e setembro. “Podem ser por conta do vento e de fatores climáticos. Mas durante todo o ano, sempre tem casos. Há também os surtos institucionais: uma criança vai à escola com a doença e outras pegam, ou uma criança internada tem catapora, aparece outra no hospital e bloqueamos o contato”, pontua.
Como já é do senso comum, só se pega catapora uma vez – mas, mesmo assim, o risco de entrar em contato com alguém que esteja com a doença é considerável. “Quando se tem contato novamente com o vírus, o adulto pode desenvolver Herpes zóster, que é causada pelo mesmo agente da catapora, mas é bem mais grave. Mas isso depende do organismo da pessoa”, afirma. A imunização contra herpes-zóster custa, em média, R$ 550 em clínicas particulares. 
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/apesar-de-queda-ceara-teve-3-221-casos-de-catapora-em-cinco-anos-1.2116448

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