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quinta-feira, 30 de maio de 2019

Estudo aponta potencial de geração eólica no mar do CE

Antiga demanda do setor de energia do Ceará e um dos principais gargalos para a atração de investimentos, a atualização do atlas eólico e solar está em fase final de conclusão e deverá ser lançado até a primeira quinzena de julho. No entanto, os principais pontos do estudo, que indica as áreas com maior potencial de geração, foram apresentados durante o congresso Brazil Windpower, maior evento de energia eólica da América Latina, realizado em São Paulo de 28 de maio até hoje.



Entre as principais novidades trazidas pelo novo atlas eólico e solar do Estado, que era aguardado há mais de uma década, estão os estudos sobre o potencial eólico offshore (para parques instalados no leito do mar) e em áreas do interior do Estado, considerando o uso de torres eólicas de até 150 metros de altura.
O antigo atlas eólico cearense, feito no ano 2000, considerava torres de até 80 metros, o que acabou limitando a instalação de usinas no litoral, onde há condições favoráveis de vento mesmo em baixas alturas.
De acordo com Jurandir Picanço, presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará e consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a área com potencial de geração no Estado aumenta significativamente com o uso de torres de até 150 metros de altura.
atlas foi atualizado para a tecnologia atual. Anteriormente, o potencial se concentrou no litoral. Agora temos a Chapada do Araripe, da Ibiapaba com um grande potencial", ele diz.
Sobre a possibilidade de construção de usinas offshore, Picanço diz que o novo levantamento revelou a possibilidade de geração eólica em uma área de 10 mil quilômetros quadrados, onde a profundidade vai até 20 metros. Se forem consideradas as regiões com até 50 metros, a área passa para 19 mil quilômetros quadrados.
O Ceará é privilegiado não só pelos ventos, mas pela sua plataforma continental que é de baixa profundidade", aponta. Entre as vantagens da geração de energia no mar estão a velocidade e constância dos ventos nos diferentes horários do dia, diferentemente dos parques terrestres.
Energia valiosa'
Um dos aspectos levantados pelo atlas, que coloca o Ceará em uma posição vantajosa em relação a outros estados, são os horários de pico na geração eólica. De acordo com o "estudo de variabilidade horária e mensal do recurso eólico", o Estado apresenta um potencial de geração nos horários de demanda superior a de estados como Rio Grande do Norte e Bahia.
Nós confirmamos que a curva de geração eólica combinada no litoral e na Chapada da Ibiapaba acontece na hora da energia mais valiosa, que é no final da tarde e início da noite", avalia Adão Linhares, secretário Executivo de Energia e Telecomunicações da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra). "Esse é o nosso diferencial. A energia do Ceará tem mais valor do que a de outros estados. O nosso pico de geração é no momento de maior demanda, enquanto nos estados vizinhos ocorre mais na madrugada", argumenta Linhares.
Geração solar
O atlas apresenta ainda o potencial de geração conjunta de energia eólica e solar, facilitando a conexão às linhas de transmissão. De acordo com o documento, somente o potencial de geração híbrida representa aproximadamente 50% de toda a oferta nacional dessas matrizes de energia no ano de 2017.
O mapa mostra também as áreas degradadas do Estado, que não podem ser usadas pela agricultura, mas que podem ser usadas para a geração solar, por exemplo, nas regiões dos Inhamuns e médio Jaguaribe", aponta Jurandir Picanço. Nessas regiões, além dos altos níveis de radiação solar, o baixo preço dos terrenos contribui para a viabilidade de projetos no segmento.
Investimentos
Para Adão Linhares, com o novo mapeamento do potencial de geração do Estado, abre-se uma "avenida de oportunidades para investidores".
"A gente está mostrando tecnicamente números até conservadores. Podemos conjugar a geração eólica com solar, e ainda tem o offshore com uma viabilidade muito próxima do onshore (parques em terra)", diz Linhares. "Foi uma surpresa o tamanho do nosso offshore, e mostra que nós estamos preparados para gerar energia no mar".
Considerado o ponto de partida para os investidores, o atlas eólico e solar deverá facilitar a atração de investimentos para o Estado, diz Eduardo Neves, presidente da Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
"Vamos ter condições de mostrar para o investidor onde tem os melhores ventos, as melhores condições de radiação solar. Inclusive a questão ambiental vai estar no mapa", diz Neves. O atlas foi elaborado pela Adece em parceria com a Fiec e Sebrae Ceará.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/negocios/estudo-aponta-potencial-de-geracao-eolica-no-mar-do-ce-1.2105205

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