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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

260 mil pessoas prestaram o segundo dia de Enem no CE

Sem os emblemáticos atrasados e com fluxo mais tranquilo que no domingo anterior, o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Estado levou à resolução de 90 questões de Matemática, Ciências da Natureza e suas tecnologias. No total, 105.193 pessoas inscritas no Ceará não compareceram aos locais de prova, segundo levantamento preliminar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O índice representa 28,8% dos inscritos.

Os comparecimentos totalizaram 260 mil pessoas. Em Fortaleza, a Universidade Estadual do Ceará (Uece), um dos maiores locais de aplicação da prova no Estado, começou a receber os estudantes aptos a participarem logo cedo. Por volta das 10h30, inscritos, curiosos e ambulantes se aglomeravam no portão de entrada, que foi aberto pontualmente às 11h.
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Entre grupinhos de estudantes que comentavam o surpreendente tema da Redação do último domingo - "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil" -, Maria do Socorro Soares e Sara Rute Soares, mãe e filha, aguardavam o segundo dia de batalha que marca o fim de uma jornada - ao menos, para Maria do Socorro. Aos 46 anos, ela termina, neste ano, o Ensino Médio. Incentivada pela filha, que tenta pela quarta vez uma vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC), Socorro já havia feito a prova outras duas vezes. Apesar de este ser seu último ano escolar, ela não pretende desistir tão fácil, caso não consiga passar desta vez.
Os estudos são encaixados cuidadosamente na rotina. Empregada doméstica, Socorro conta que, assim que chega do trabalho, corre para os livros. "Chego à aula 18h15, saio 21h30 e, quando chego em casa, vou estudar, principalmente se tem tarefa para entregar no dia seguinte. Já vou fazendo logo, que é para adiantar", diz a doméstica, que pleiteia uma vaga no Curso de Pedagogia, embora também cogite Serviço Social.
Sonho
"Neste ano, ficamos muito felizes porque pela primeira vez nós 'caímos' juntas aqui na Uece", afirma. Para Sara Rute, "é uma grande felicidade ver a mãe realizando um sonho". "Ela sempre quis fazer faculdade, terminar o Ensino Médio. Eu fico orgulhosa demais!", dispara.
Horas antes de o portão ser aberto, uma multidão também se concentrou na entrada da Universidade de Fortaleza (Unifor). Por conta do calor, os alunos buscaram se abrigar em sombras e consumir bastante água. Os abanadores, distribuídos por escolas e cursinhos, fizeram sucesso.
Para Luiza Facó, 21, a segunda etapa é bastante cansativa. "Matemática é a parte que tenho mais facilidade e tenho a perspectiva de ir bem, mas, na área de Ciências da Natureza, já não sou tão boa, até porque não estudo há muito tempo", admite.
O Enem também mudou o cotidiano dos pais que costumam acompanhar os filhos. Aristênio Batista Monteiro, pai de Amanda Boa Sorte Monteiro, ficou junto da filha até o último instante. O gerente financeiro mostrou-se otimista. "Essa é a terceira vez que ela participa. As duas primeiras foram para experiência, mas dessa vez a luta é definitiva, é para valer", comenta.
Dificuldade
Para o diretor de Ensino Educacional e autor do Material Didático de Matemática do Sistema Ari de Sá (SAS), Ademar Celedônio, a edição 2017 veio bem distribuída, mas exigiu mais dos candidatos por ser mais difícil que a do ano passado. Alguns conteúdos que não caíam tanto, como trigonometria, juros compostos e análise combinatória, surpreenderam. "O segredo dessa prova era controlar a ansiedade e o tempo, porque foram pedidos muitos cálculos no mesmo dia", avalia.
Em Biologia, as dificuldades se repetiram. Para o professor da área no SAS, Flávio Landim, as questões foram bastante técnicas, "conteudistas", se aproximando de vestibulares tradicionais, e não tiveram tanta correlação com o cotidiano. "Não bastava a interpretação. O estudante tinha de ter uma base boa", avisa. Ecologia e genética foram alguns dos temas cobrados.

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