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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Camarão: produção cai, e preços sobem até 50%

A produção de camarão caiu 40% no Ceará, no segundo semestre de 2016, diante do vírus causador da mancha branca. De acordo com o presidente da Associação Cearense dos Criadores de Camarão (ACCC), Cristiano Maia, como consequência, os restaurantes e bares de Fortaleza aumentaram o valor dos pratos com a iguaria em cerca de 20%. Já nos supermercados, a alta foi de 50%, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Maia, no entanto, afirma que a baixa na produção já está sendo revertida. "Tivemos uma redução de 40% sim, mas este ano já estamos recuperando. Tanto que o preço do camarão de 10g já caiu 20% em março", contesta. Ele expõe ainda que tem em estoque de cerca de 50 mil quilos de camarão e que, apesar da crise passada, o produto não faltou para os restaurantes.
O presidente da ACCC exemplifica o cenário com dados da produção de anos anteriores. "Em 2015, produzimos 55 mil toneladas do marisco. Em 2016, por conta da mancha branca, tivemos apenas 30 mil toneladas. Já para este ano, estimamos chegar a 40 mil (toneladas) e estamos nos preparando para em 2018 voltar a exportar", esclarece o titular da Associação.
Maia pontua que, após a Semana Santa, o preço do marisco em questão deve continuar baixando e ficar entre R$ 21 e R$ 22 o quilo. "Talvez baixe até antes porque as vendas da Semana Santa já ocorreram e porque tem transporte e toda a logística que pede alguns dias de antecedência", prevê.
Oferta e procura
O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Ceará (Sindirest), Moraes Neto, explica que a alta no preço é causada pela lei da oferta e da procura. "Com pouco abastecimento e muita procura, o preço tende a subir", esclarece. Ele fala ainda que, para os donos de restaurante, o camarão pequeno, de 10g, encareceu um percentual entre 50% e 60% e que os valores dos pratos devem retomar ao patamar de antes assim que a oferta se normalizar.
Sobre a redução de 20% nos preços em março, assegurada por Cristiano Maia, o presidente do Sindirest afirma desconhecer essa queda no valor. "Como esse dado é recente, março terminou há pouco tempo, pode ser que tenha baixado sim. E se houve, esses 20% é em cima de todo o aumento que teve anteriormente por causa da mancha branca", rebate Moraes Neto, acrescentando que espera que a situação se normalize logo.
Regularização do setor
De acordo com ele, o governo federal já liberou a importação de camarão do Equador para o cenário nacional. "Eu não sei se chega até aqui, porque teria que passar por toda a América do Sul, mas já é alguma coisa", diz.
Para ele, a medida pode ajudar a regularizar o setor, porque o tipo de camarão que o Ministério da Agricultura autorizou a entrada no País é o filé, sem casca, sem cabeça e sem risco de contaminação tanto da mancha branca quanto de outro vírus.
Segundo a Abrasel, o processo de importação começará após o credenciamento de empresas equatorianas, imediatamente sucedido pela rotulagem do produto e certificação técnica. "O camarão proveniente do Equador possui credibilidade fitossanitária", explica. Já para o presidente da ACCC, a importação poderá trazer doenças ao Brasil.
A alta no preço do camarão e a produção insuficiente podem afetar o setor de bares e restaurantes. "O impacto no consumo já é sentido pelos estabelecimentos do setor, com queda de faturamento e risco de encerramento das atividades, o que, além de colocar em risco milhares de empresas, ameaça também milhares de empregos neste setor", afirma a Abrasel.

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