Seja bem vindo...

Páginas

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Inflação acelera e vai a 11% na RMF; maior do Brasil

Fortaleza/Rio. Enquanto a inflação alivia a situação do consumidor no Brasil, na Capital cearense ela ainda está longe de dar trégua. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) acelerou de 0,52% em agosto para 0,56% neste mês, mais que o dobro da média nacional (0,23%) e a maior taxa dentre os 11 locais pesquisados pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador chegou a 11,02%, também o maior do Brasil e o único a ter alcançado dois dígitos.
O índice da Região Metropolitana de Fortaleza também foi o maior dentre todas as regiões metropolitanas e municípios pesquisados no acumulado do último trimestre (1,73%).
O IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial do mês, pois considera preços coletados de 13 de agosto a 14 de setembro e os compara com os que foram de 14 de julho a 12 de agosto.
O grupo Alimentação e Bebidas foi o que puxou a alta de preços neste mês na RMF, com variação de 1,13%. Na opinião do economista Alex Araújo, a seca, que assola o Ceará pelo quinto ano consecutivo, é o principal motivo para que a inflação esteja mais intensa na Região Metropolitana de Fortaleza do que nos demais locais pesquisados.
"Uma parte expressiva dos alimentos que o fortalezense consume é produzida em volta da cidade, em regiões como Vale do Curu e Vale do Jaguaribe. São regiões muito afetadas pela seca aqui, e isso tem feito com que o preço dos alimentos aumente por conta da escassez", salienta Alex Araújo.
O economista prevê, portanto, que a inflação só deve arrefecer depois do início da próxima quadra chuvosa (fevereiro, março, abril e maio), em 2017, isso se as precipitações chegarem a níveis desejáveis para a produção de alimentos.
Aumentos
Além de alimentação e bebidas, a alta de preços na RMF também foi verificada nos grupos Habitação (0,29%), Artigos de Residência (0,63%), Vestuário (0,39%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,42%), Despesas Pessoais (0,92%) e Educação (0,15%). As únicas quedas ocorreram em Transportes (-0,23%) e Comunicação (-0,11%).
Dentre os itens que mais subiram de preço, os destaques foram o mamão (25,4%), o tomate (10,3%), o leite condensado (9,67%), a tilápia (8,81%) e o creme de leite (8,39%). Já a batata inglesa (-15,53%), maracujá (-11,22%), passagens aéreas (-10,33%), melancia ( -9,35%) e alho ( -8,88%) foram os que mais ficaram baratos.
Menor desde 2014
No Brasil o IPCA-15 teve avanço de 0,23% em setembro, o menor resultado desde agosto de 2014, quando a inflação foi de 0,14%.
Quando considerados apenas os meses de setembro, a taxa foi a menos acentuada desde 2009, quando o índice ficou em 0,19%. O IPCA-15 registrado em setembro do ano passado tinha sido de 0,39%.
Como resultado, a taxa acumulada em 12 meses desacelerou de 8,95% em agosto para 8,78% neste mês de setembro. O número foi o mais baixo desde maio de 2015, quando a taxa em 12 meses estava em 8,24%.
Ao contrário do que ocorreu na RMF, o grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela desaceleração do IPCA-15, ao passar de uma alta de preços de 0,78% em agosto para uma queda 0,01% em setembro. No mesmo período, o indicador reduziu o ritmo de alta de 0,45% para 0,23%.
Alimentos
Em setembro, cinco das 11 localidades pesquisadas pelo IBGE registraram redução nos preços dos alimentos: Goiânia (-0,70%), Salvador (-0,65%), Belém (-0,25%), Belo Horizonte (-0,25%) e Brasília (-0,05%).
O recuo de 0,10% nos gastos das famílias com transportes ajudaram a conter a taxa do IPCA-15 em setembro. O grupo Transporte tinha registrado aumento de 0,10% nos preços no indicador de agosto.
Os grupos Habitação e Vestuário foram os dois únicos que registraram taxas de variação maiores na passagem de agosto para setembro, dentro do IPCA-15. Os gastos com habitação passaram de recuo de 0,02% em agosto para alta de 0,48% em setembro, enquanto as despesas com vestuário saíram de queda de 0,13% para elevação de 0,49% no período.
Houve trégua além, de Alimentação e Bebidas e o grupo Transportes, em Comunicação (de 0,01% para -0,01%). Ao mesmo tempo, as altas foram menores em Artigos de residência (de 0,34% para 0,25%), Saúde e Cuidados pessoais (de 0,87% para 0,53%), Educação (de 0,90% para 0,25%) e Despesas Pessoais (de 0,85% para 0,60%).

Nenhum comentário:

Postar um comentário