Seja bem vindo...

Páginas

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

BC estima alta média de 7,7% na energia em 2017

Brasília. Após pressionar o bolso do consumidor brasileiro no último ano, o preço médio da energia elétrica deve cair 7% neste ano, conforme estima o Banco Central (BC), em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado ontem. Essa redução pode ser um efeito da mudança de cor das bandeiras tarifárias, sistema que sinaliza, mês a mês, o custo de geração da energia elétrica que será cobrada dos consumidores, em função das condições de geração de eletricidade.
Ao longo deste ano, com a melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, a bandeira tarifária ficou verde, diminuindo um pouco o preço cobrado do consumidor.

No entanto, o alívio do bolso dos brasileiros deve durar pouco, uma vez que o Banco Central projeta um aumento de 7,7% no preço médio da energia elétrica para o próximo ano. Apesar da alta prevista para a tarifa de energia, o Banco Central estima que, no próximo ano, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seja de 4,4%, ante 4,7% previstos anteriormente. O limite superior da meta no próximo ano é 6%, com centro em 4,5%. Para 2018, a projeção é 3,8%.
Para as tarifas de ônibus urbano a expectativa é de um reajuste médio de 12,1% em 2016 e de uma alta de 6,9% em 2017. O aumento neste ano pode ser um dos fatores a influenciar o resultado do IPCA, que deve encerrar 2016 em 7,3%, ante 6,9% previstos em junho. A projeção estoura o teto da meta de inflação de 6,5% e fica longe do centro da meta (4,5%), que deve ser perseguida pelo BC.
Dúvidas sobre desinflação
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, reafirmou que a evolução dos preços livres e administrados tem sido compatível com o cenário amplo para a inflação esperada pela instituição. Reconheceu, no entanto, que "há dúvidas sobre a velocidade do processo" de desinflação. Viana mencionou especialmente a desinflação de serviços, que tem apresentado comportamento irregular, com alguns preços em rápida desaceleração e outros sem essa dinâmica.
O diretor frisou que o Comitê de Política Monetária (Copom) "será mais produtivo" para analisar e tentar "ler e entender o todo". "E não uma palavra específica", disse.
Cenário não é estático
Viana ressaltou que o cenário do Banco Central não é estático. "Levamos em consideração todos os anos-calendário que já têm meta definida", disse.
Ao olhar para todo o horizonte com meta estabelecida, o diretor diz que "não há uma coisa rígida" na percepção no calendário. "Vai caminhando gradativamente à medida que o tempo passa e esse horizonte também depende da natureza do choque. Não há data mágica. Há ideia de continuidade. A forma de pensar do Comitê envolve continuidade. Temos mandato em termos de ano-calendário e temos que perseguir a meta dentro desses anos olhando para o horizonte relevante. Os horizontes não são estáticos", afirmou.
Sobre a evolução recente da inflação desde a reunião de agosto do Copom, o diretor disse que o "sinal mais claro" aconteceu na desaceleração dos preços de alimentos e na transmissão da desinflação de atacado para varejo. "Embora haja incerteza sobre a transmissão", disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário