Seja bem vindo...

Páginas

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Avisa lá que é de ouro

A medalha da redenção da vela brasileira veio com Martine Grael e Kahena Kunze. Elas escreveram seu nome na história do esporte ao serem as primeiras mulheres a ganharem na 49er FX numa edição olímpica. A categoria estreou em Sydney-2000, mas era disputada somente entre os homens. E a conquista foi com muita emoção na medal race, nessa quinta-feira, quando a dupla chegou na primeira posição e garantiu o ouro. A prata ficou com a dupla da Nova Zelândia, Alex Maloney e Molly Meech, que perdeu 51 pontos, e o bronze para as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen, 54.
A medal race foi emocionante e as quatro equipes (Brasil, Nova Zelândia, Dinamarca e Espanha) sabiam que podiam chegar ao ouro ou ficar sem medalha, pois a diferença de pontos era mínima. Logo na largada, a dupla italiana saiu na frente, seguida pela neozelandesas. Martine e Kahena sempre ficaram na terceira posição, o que no mínimo já garantiria a prata.
Só que Martine e Kahena, após a boia 4, escolheram o melhor lado da raia e chegaram à última boia na liderança, dez segundos à frente da dupla da Nova Zelândia e com 34 segundos de diferença para as dinamarquesas. As brasileiras mantiveram o ritmo, fecharam a prova na frente e comemorar o ouro inédito na carreira com muita festa e se jogaram na água da Baía de Guanabara.
Campeãs do mundo na categoria e bicampeãs nos eventos-teste, Martine e Kahena, ambas de 25 anos, chegaram à Olimpíada como uma das favoritas para a prova. Estrearam na sexta-feira com mar revolto e ondas de até dois metros. Um dia de "maremoto", como descreveram alguns atletas. A prova atrasou por quase duas horas por causa da falta de ventos. "Eu esperava na Olimpíada coisas que nunca tinha visto na minha vida. E aconteceu", disse Martine.
Nos dias seguintes, elas se mantiveram em boas posições, sempre entre as dez primeiras, com exceção de um 11º lugar, descartado. No segundo dia de regatas, tiveram de cumprir penalidade (uma volta de 360º) depois de cruzar na frente das atletas de Cingapura, obrigando-as a desviar.
Mais emoção
No segundo dia de competições, as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Salksov-Iversen, número 6 no ranking da Federação Internacional de Vela, assumiram a liderança. Elas haviam queimado a largada logo na primeira regata, mas depois mantiveram regularidade de resultados, terminando seis vezes em segundo lugar e vencendo uma prova.
As espanholas Tamara Echgoyen, medalhista de ouro em Londres-2012 na categoria Elliott 6m, e Berta Moro assumiram a liderança da prova. Elas venceram quatro das doze regatas e terminaram duas atrás das dez primeiras (11º e 13º, este descartado). As neozelandesas Alex Maloney e Molly Meech, campeãs mundiais da categoria em 2013, também foram constantes - ficaram sempre entre as seis primeiras, com apenas um 12º lugar, descartado. Molly é irmã de Sam Meech, velejador da classe Laser que ficou com o bronze disputado por Robert Scheidt. Com o pódio de Martine e Kahena, a vela brasileira chegou a 18 medalhas na história dos Jogos, sendo uma das modalidades mais vitoriosas do País. Um parte delas, oito, foi conquistada pela família Grael. Além de Martine, seu pai Torben tem cinco medalhas em Olimpíada e o tio Lars tem duas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário