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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Sarampo: Ceará encerra epidemia e avalia falhas

Um ano após a confirmação do último caso de sarampo no Ceará, a Reunião para Verificação da Eliminação do Sarampo no Estado do Ceará, com autoridades locais e nacionais de saúde em Fortaleza, avaliou como encerrada a epidemia da doença no Estado. O encontro, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), discutiu os impactos da transmissão da doença entre dezembro de 2013 e julho de 2015 - período no qual foram registrados 916 casos da doença; as falhas e os acertos do Governo, além da sustentabilidade da interrupção da circulação do sarampo.

Os dados apresentados pelo coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Márcio Garcia, mostraram detalhes sobre os 20 meses da epidemia. A doença voltou a se espalhar após 13 anos sem novas ocorrências.
Entre os fatores contribuintes para o início da epidemia, a Sesa reconheceu falhas nas políticas públicas de saúde, incluindo o déficit na execução dos compromissos assumidos pelos prefeitos e secretários de saúde e limitações na execução de recursos financeiros para a realização de atividades de vigilância. Além disso, também foi considerada como falha a falsa sensação de segurança por parte do órgão devido às altas coberturas vacinais em todas as faixas etárias no Ceará, associada a uma percepção de que os municípios teriam uma rápida resposta em relação à introdução do vírus.
Equipe técnica reduzida, quantidade insuficiente de vacinas no início da epidemia e a incapacidade de acompanhamento dos casos por meio de cada unidade de saúde também foram citados como fatores determinantes para a disseminação do sarampo, assim como a identificação e notificação tardia de casos suspeitos, a dificuldade de acesso às comunidades de risco para executar ações de bloqueios e varreduras e a questão cultural da resistência da população em relação à vacina, e da busca pelas doses somente nas unidades de saúde.
Prevenção
O secretário da Saúde do Estado, Henrique Javi, comentou que o atual governo firmou o compromisso de estimular políticas de prevenção e promoção à saúde, principalmente no que se refere ao atual quadro de prevenção contínua, para que novos surtos do sarampo e de outras doenças não ressurjam. Entretanto, ressalta que é preciso uma maior participação ativa e constante da população. "O sarampo é simbólico porque demonstra exatamente isso. Todos os anos nascem novas crianças que precisam passar pelo processo contínuo de imunização".
No plano de ações da Sesa para sustentar a doença fora de circulação, está prevista a capacitação de profissionais, o monitoramento dos indicadores de qualidade de vigilância por meio da análise de dados das notificações realizadas, avaliação e estimativa da cobertura vacinal de crianças e adultos na zona urbana de Fortaleza e Caucaia, através de visitas domiciliares, entre outros atos.
A presidente do Comitê Internacional de Especialistas de Avaliação e Documentação da Sustentabilidade do Sarampo nas Américas (CIE), Merceline Dalh-Regis, parabenizou a equipe local. Ela ressaltou que a experiência com o sarampo fez com que a saúde pública do Ceará se fortalecesse. "Eles já estão agora à frente do vírus, e se algum caso ocorrer, eles vão reagir rapidamente e contê-lo".

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