Camocim/Beberibe/Jaguaribara. Um dos maiores fornecedores de
pescado marinho no Estado, Camocim, no Litoral Oeste, mais uma vez reforça o
trabalho para garantir que não falte o peixe da Semana Santa. A atividade, que
se divide em artesanal e industrial, conta com pouco mais de 300 embarcações e
cerca de 2.400 homens que permanecem em alto-mar por cerca de 15 dias,
enfrentando todo tipo de condição climática.
Depois, o peixe segue para as mãos de atravessadores que o negociam num
dos cerca de 30 pesqueiros da cidade. A pesca artesanal responde por até 100
toneladas do que é negociado mensalmente no mercado interno, regional e que
segue para a Capital. Já no que diz respeito ao produto industrializado, cerca
de 150 toneladas saem de Camocim todos os meses para abastecer outros mercados;
principalmente restaurantes.
O setor pesqueiro de Camocim fornece 30 espécies diferentes. Na lista
dos mais comuns, com grande demanda no mercado interno, estão a guarajuba,
pescada, sarau e ariacó, comercializados entre R$ 6 e R$ 8 o quilo, para
revenda. Os considerados nobres, como o robalo e o badejo, saem por até R$ 16.
"Estamos vivendo um bom momento para a pesca em Camocim por conta
da quadra chuvosa. Os pescadores que fazem uso de pequenas embarcações
receberam do Município, em 2014, 96 novos motores para ajudar em sua locomoção.
No ano passado tivemos aumento de 30% da pesca local, que se mantém neste
patamar para a Semana Santa", disse o secretário municipal de Pesca,
Agricultura e Recursos Hídricos, Francisco José Rodrigues. Francisco Xavier Filho,
presidente da Colônia de Pescadores do Município, também comemora os bons
números da produção: "A nossa produção tem se mantido num bom nível para o
período".
Outra realidade
Em algumas comunidades pesqueiras a realidade não tem sido das melhores.
Em Beberibe, no Litoral Leste cearense, a pré Semana Santa não tem sido
satisfatória para os pescadores. Segundo o coordenador de campanha do Programa
de Pesca da comunidade da Prainha do Canto Verde, Lindomar Fernandes, o volume
tem dado apenas para o consumo das populações de Beberibe e parte de Aracati.
"Não está sendo uma semana boa de peixe", lamenta. Os preços do quilo
de espécies como guarajuba, cavala, serra, cioba, gaiuba e ariacó varia de R$ 9
a R$ 20.
Água doce
Em Jaguaribara, onde a tilápia criada em tanques-rede no Açude Castanhão
costuma ter sua produção ampliada para Semana Santa, a situação também não
anima os piscicultores. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de
Tilápia da Barragem Castanhão (Acritica), Edivando Feitosa, em épocas normais,
a produção da associação para a Semana Santa chegava a 400 toneladas. Com as
constantes perdas de pescado em decorrência do baixo volume do açude, neste
ano, a produção não chegou a 150 toneladas. "Mal está dando para tirar os
custos", conta. A produção do Castanhão abastece municípios de Beberibe,
São Sebastião, entre outras cidades. Em épocas de boa produção, o peixe seguia
para cidades do Rio Grande do Norte e Paraíba.
Segundo a Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado
(Seapa), o Ceará é o terceiro do País em produção de peixe em cativeiro. A
produção tem se mantido estável, com tilápias em águas continentais.
Mais informações:
Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado
Telefone: (85) 3241-0114
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