Limoeiro do Norte/Iguatu O governo do Estado ainda não
apresentou proposta de modelo de financiamento para os 36 hospitais polo no
Interior e na Região Metropolitana de Fortaleza. Enquanto isso, a crise se
agrava nessas unidades, que apresentam estrutura precária, falta de médicos, de
medicamentos, deficiência no atendimento aos pacientes e, sobretudo, escassez
de recursos financeiros para custear as despesas. O Conselho Estadual de Saúde
do Ceará (Cesau), desde novembro de 2015, vem fiscalizando os hospitais polos.
Além de Limoeiro do Norte, foram visitadas as unidades nas cidades de Aracati,
Fortaleza, Icó, Iguatu, Itapipoca e Quixadá.
Deficiências
A situação do Hospital Polo Dr. Deoclécio Lima Verde, em Limoeiro,
chegou ao Cesau por meio de uma auditoria do Ministério da Saúde. Foram
constatados problemas na estrutura física e ausência de plano de resíduos
sólidos. Além disso, o Conselho verificou também o recebimento mensal de R$ 90
mil para o custeio das clínicas médica e cirúrgica. Entretanto, segundo o Cesau,
o serviço de cirurgia estava inoperante e a clínica médica, devido a fortes
questões estruturais, funcionava precariamente.
A vistoria motivou a suspensão dos repasses há dois meses e fez com que
o prefeito de Limoeiro do Norte, Paulo Duarte, entregasse o hospital polo,
suspendendo o atendimento clínico para os demais municípios, alegando que o
Município não tinha condições de arcar com grande parte das despesas da
unidade.
Suspensão
A decisão do gestor foi extrema e fez com que prefeitos que compõem a 10ª
microrregional de Saúde se reunissem com o titular da Secretaria de Saúde do
Estado (Sesa), Henrique Javi, no fim de fevereiro, para tentar resolver o
problema. Segundo o prefeito Paulo Duarte, o secretário se comprometeu em fazer
um trabalho em nível de governo, para tratar das dificuldades em manter os
hospitais polo.
Repasse ao Estado
"O que está sendo sinalizado por vários prefeitos é a atitude de
entregar para o Estado os hospitais polo, já que os municípios não estão tendo
condições de mantê-los. Os prefeitos esperam uma decisão", afirmou Duarte.
Ele adiantou que há uma tentativa de o Estado liberar os dois meses de
repasses, que foram suspensos, no valor total de R$ 180 mil, e que o hospital
voltará a atender a região na parte de urgência e emergência clínica.
Os prefeitos de Quixeramobim e de Iguatu já demonstraram a intenção de
suspender o atendimento no âmbito regional. Entretanto, o gestor de
Quixeramobim aguarda o funcionamento do Hospital Regional do Sertão Central,
que deve aliviar a demanda do Hospital polo.
Novo modelo
Os gestores municipais, de forma isolada e por meio da Associação dos
Municípios do Ceará (Aprece), reivindicam um novo modelo de financiamento para
os hospitais polo. "Esse tema vem sendo discutido desde o início do ano
passado com o agravamento da crise no setor de Saúde, mas nada até agora foi
resolvido", lamentou o prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara. Segundo ele,
foi construída a Casa da Gestante e UTI, mas as unidades permanecem fechadas. O
Hospital Regional de Iguatu atende de forma limitada e há fila de mais de 30
dias para cirurgias de traumatologia.
Mais informações:
Sesa - Telefone: (85) 3101-5220
Hospital Regional de Iguatu
Telefone: (88) 3510-1250
Hospital Regional de Limoeiro do Norte - Telefone: (88) 3423-2520
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