Paris. O acordo climático de Paris firmado sábado
(12) foi comemorado por diversas autoridades mundiais ontem. Os elogios se
voltaram para o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, o
anfitrião das conversas que duraram duas semanas e que foram costuradas por um
intenso esforço diplomático francês ao longo de mais de um ano. O presidente do
Banco Mundial, Jim Yong Kim, se disse "em choque" com a notícia.Ministros
de 195 países aprovaram o Acordo de Paris, primeiro marco jurídico universal de
luta contra o aquecimento global. O documento da 21ª Conferência do Clima das
Nações Unidas (COP 21) terá caráter "legalmente vinculante":
obriga todos os signatários a organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 1,5ºC até 2100 e prevê US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento a partir de 2020.
Avaliações
"É
raro na vida ser capaz de mover as coisas adiante em um nível mundial",
disse Fabius, visivelmente emocionado ao deixar a plenária. Ele recebeu elogios
do Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry: "você fez um
trabalho espetacular como todos disseram", afirmou o norte-americano,
expressando a "profunda gratidão" do governo de Barack Obama à
França. Obama, por sua vez, declarou que o acordo climático feito em Paris
"pode ser um ponto de virada para o mundo".
A
chanceler alemã Angela Merkel afirmou em um comunicado que o Acordo de Paris
marca "a primeira vez que a comunidade mundial inteira se obrigou a agir
na batalha contra as mudanças climáticas". Ela considerou que, apesar dos
desafios, o acordo é um "sinal de esperança". Falando a fieis no
Vaticano ontem, o Papa Francisco declarou que a implementação do acordo
"exige esforço e dedicação generosa da parte de todos". O pontífice
disse esperar que seja garantida atenção especial às populações mais
vulneráveis.
Na
comunidade científica, o processo foi visto como um importante avanço no
combate ao aquecimento global, embora se avalie que o desafio é grande. Já
representantes de empresas tiveram reações diversas quanto ao acordo, com
alguns alegando que a falta de especificidade no texto poderia elevar custos e
também reduzir a competitividade dos negócios nos países.
Planalto
A
presidente Dilma Rousseff havia afirmado, ainda no sábado, que a decisão tomada
na COP 21 define uma nova fase da luta contra a mudança do clima. "O
acordo é justo e ambicioso, fortalecendo o regime multilateral e atendendo aos
legítimos anseios da comunidade internacional", declarou, em nota do
Planalto.
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