O cenário delicado e de certa
forma instável da economia deve continuar nesta mesma situação ainda ao longo
de 2016, mas as vagas de emprego, pelo menos no Ceará, apontam para um pouco de
otimismo, com redução nas demissões e o preenchimento de mais de 60 mil vagas.
A projeção é do assessor da presidência do Sistema Nacional de Emprego/
Instituto de Desenvolvimento do Trabalho no Ceará (Sine/IDT), Antenor Tenório,
que aponta o setor de Serviços e o turismo de negócios como as áreas mais
promissoras para o próximo ano.
A meta,
segundo Tenório, é inserir no mercado de trabalho em 2016, por meio do
Sine/IDT, o mesmo quantitativo deste ano, que foram 63 mil pessoas, mantendo a
taxa de aproveitamento de 66%. "A gente tem uma estimativa de colocação no
setor de Serviços pelo fato de no Estado, principalmente em Fortaleza e região
metropolitana, predominar a questão do turismo, que vai ser a cadeia
responsável pela geração de empregos em 2016", detalha o assessor.
A instalação da cadeia
produtiva relacionada à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deve gerar três
mil vagas para as empresas que vão fornecer insumos e serviços para o complexo,
segundo Tenório. "O comércio também pode abrir mais vagas, principalmente
com a inauguração de mais um shopping na Capital", estima.
O
assessor do Sine/IDT lista as funções que devem abrir mais vagas em 2016:
alimentador de linha de produção; teleoperador; assistente administrativo;
servente de obras; vendedor de comércio varejista; faxineiro; trabalhador da
agropecuária; operador de caixa; repositor de mercadorias; e auxiliar de
escritório geral.
Exigências
No caso
das vagas para servente de pedreiro, Tenório explica que mesmo em um momento de
desaquecimento da construção civil, algumas obras, como as públicas, continuam
sendo tocadas. Já os empregos no setor agropecuário, acrescenta, mantêm a
rotatividade devido à produção nos perímetros irrigados, que sustentam a
produção mesmo nos períodos de seca.
O
perfil dos trabalhadores procurados pelas empresas para o próximo ano, explica
Tenório, revela maior seletividade e exigência dos contratantes. "Com essa
situação, que tem um exército maior de pessoas, as empresas estão mais
exigentes. O perfil exigido é que tem que ser jovem, ter melhor escolaridade,
mais conhecimentos, mais atitude, mais habilidades", lista, reconhecendo
que, antes, as empresas tinham mais flexibilidade.
Além
dessas exigências, Tenório cita características que garantem destaque no
mercado, como a habilidade para trabalhar em equipe e lidar com o público e o
conhecimento de outra língua.
Outro
aspecto que fica evidente neste cenário de vagas escassas é a preferência pelos
chamados multiprofissionais, que assumem mais de uma função em uma empresa.
"Num processo de desemprego, as empresas acabam estimulando os
profissionais a serem multi, assumirem atividades de duas ou três pessoas, e
como o trabalhador está muito preocupado com a situação, ele faz um esforço
para continuar empregado", aponta o assessor, reconhecendo, contudo, que
esse contexto nem sempre é benéfico para o trabalhador.
Menos demissões
Tenório
lança, ainda, outra estimativa otimista em meio ao cenário de crise econômica,
afirmando que as demissões, em 2016, serão em menor quantidade. "As
empresas já se reorganizaram e fizeram seus ajustes com relação ao quadro de
funcionários em 2015, aquelas demissões em grande quantidade já aconteceram.
2016 vai ter um alívio em relação ao desemprego, vai continuar, mas não como
neste ano", pondera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário