Estão em vigor desde o dia 1º
de dezembro as cobranças de 3,65% e 9,25% do Programa de Integração Social,
somado à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins),
incidentes sobre as vendas a varejo de computadores, smartphones, notebooks,
tablets, modens e roteadores. A incidência de uma ou outra alíquota depende do
sistema de tributação do varejista, ou seja, se é cumulativo (lucro real) ou
não cumulativo (lucro presumido). Com isso, o governo espera arrecadar R$ 6,7
bilhões a mais em 2016.
Com a
volta da tributação - que estava zerada desde 2005, por meio do Programa de
Inclusão Digital - o consumidor já está pagando mais caro em alguns
estabelecimentos. Em outros, o repasse aos clientes ainda não aconteceu, mas
deve ser feito em janeiro.
Uma
rede de lojas do segmento de informática com atuação em Fortaleza, que preferiu
não ser identificada, já aumentou os preços de alguns produtos, e os demais
devem ter elevação apenas no mês de janeiro.
Já na
rede de lojas Cecomil, ainda não estão sendo feitos reajustes nos preços em
decorrência da mudança tributária, de acordo com informações do gerente de
marketing da empresa, Antônio Carlos Rodrigues.
Segundo
ele, os novos preços sobre os produtos devem ser aplicados a partir de janeiro
e o aumento para o consumidor final irá ocorrer na mesma proporção da alíquota
referente ao regime de tributação da empresa, que é de 9,25%.
Para
segurar o valor dos itens até o próximo ano, foram necessários vários
artifícios. O receito é de que as vendas se desaquecessem ainda mais agora por
conta de elevações nos valores.
"Volume
de estoque, questão de mercado, absorver parte do imposto, é todo um esforço
para melhorar a condição de compra do consumidor", argumenta ele.
Rodrigues, entretanto, prevê que haja uma retração nas vendas logo após o
repasse do valor do tributo ao cliente. Entretanto, na opinião do gerente de
marketing, o mercado ficará equilibrado com o passar do tempo. "É lógico
que isso deve ser absolvido. O consumidor acabará assimilando", salienta.
Estoques
Nas
lojas da Rabelo, o aumento de preços também está sendo segurado, sobretudo
devido a estoques antigos dos produtos, mas o repasse deve ser feito no próximo
mês.
"A
gente está segurando ainda. Está esperando a virada do ano. Estávamos bem
estocados, porque as vendas não vinham acontecido da maneira como nós
queremos", salienta o coordenador comercial da empresa, Ricardo Marques.
Negociações
Já com
relação ao reajuste que será constatado pelo consumidor, ele avalia que ainda
não é possível precisar de quanto será. Isso dependerá, por exemplo, de
negociações nos preços dos produtos com a indústria. "A gente espera que
se consiga manter (o valor) o mais próximo possível do que está hoje",
afirma.
A rede
de lojas Nagem é mais uma que diz estar adiando o aumento de valores ao
consumidor. "O repasse será integral (9,25%) a ser aplicado em janeiro de
2016, considerando que as margens para este tipo de produto são bastante
reduzidas e não existe a possibilidade da empresa suportar este percentual nos
seus custos", detalha posicionamento enviado pela empresa.
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