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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Foragido da nona fase da Lava-Jato se entrega à PF

Curitiba O último investigado na nona fase da Operação Lava-Jato que faltava ser preso entregou-se ontem na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde os demais envolvidos estão presos. Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas não foi encontrado em seu endereço no Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério Público Federal, Goes operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano: recolhendo propina de empresas privadas para agentes da estatal e ocultando a origem dos recursos.

Goes apareceu nas investigações por meio de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e de depoimento espontâneo de Cíntia Provesi Francisco, ex-funcionária da Arxo Industrial, cujos sócios foram presos, acusados de pagar propina à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Com o dinheiro oriundo de pagamentos indevidos, Goes é suspeito da compra de um avião particular, registrado em nome de sua empresa, a Riomarine Óleo e Gás.
A ex-funcionária da Arxo afirmou que os pagamentos de propina eram intermediados por Mário Goes. Para dar aparência de licitude aos contratos, a Arxo usava notas fiscais frias compradas de terceiros, segundo a denúncia. Barusco declarou que havia um "encontro de contas" entre ele e Goes, nos quais eram entregues "mochilas com grandes valores de propina, em espécie", que variavam entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. No local, era feita a conferência de cada contrato, contabilizando-se as propinas pagas e as pendentes.
De acordo com o Ministério Público Federal, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque.
Segundo o advogado Leonardo Pereima, os sócios da empresa nunca pagaram propina para a Petrobras e não tiveram contato com o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e com o ex-diretor de Serviços Renato Duque. A defesa acredita que as acusações decorrem apenas de vingança da ex-funcionária do Departamento Financeiro, demitida por desviar cerca de R$ 1 milhão.
Goes, segundo os depoimentos de Barusco, atuava em nome das empresas UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schahin, Carioca e Bueno Engenharia.
12 mil já foram demitidos


São Paulo A vida financeira das construtoras envolvidas na operação Lava Jato anda tão difícil que nem as despesas mínimas estão sendo pagas. Com caixa debilitado e sem crédito na praça, as empresas vivem um bombardeio de ações judiciais movidas por fornecedores, que cobram por serviços prestados, venda de produtos e locação de equipamentos. Na outra ponta, o reflexo tem sido a redução do ritmo das obras e do quadro de funcionários de algumas construtoras.
Desde o começo do ano, as construtoras envolvidas na Lava-Jato já demitiram cerca de 12 mil trabalhadores, especialmente nas obras da Refinaria Abreu e Lima e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Segundo o presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio, a situação do setor está muito complicada pela Lava-Jato e também pelos atrasos nos pagamentos de obras de importantes programas.
Segundo ele, apesar das negativas do governo federal, há atrasos em obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Minha Casa, Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A soma desses fatores - Lava-Jato e aperto fiscal -, diz, deve resultar em retração e mais demissões.
Investigações também nos EUA


Washington O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou neste fim de semana a Washington, nos Estados Unidos, para acompanhar representantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato que investiga o esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Janot deve pedir a cooperação das autoridades norte-americanas nas investigações do escândalo político brasileiro.
A comitiva do Ministério Público deverá retornar ao Brasil até a próxima quinta-feira (12). Na viagem, Janot participará de reuniões no Banco Mundial, no Departamento de Justiça, na Agência Federal de Investigação (FBI) e na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Diante das denúncias de fraude na estatal do petróleo, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu, em novembro, uma investigação criminal contra a Petrobras. As autoridades norte-americanas estão investigando se a estatal ou funcionários da empresa receberam as propinas.
Além da investigação criminal, a Petrobras também é alvo da Securities and Exchange Comission (SEC) dos EUA, órgão que regula o mercado de capitais e que, no Brasil, seria correspondente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Petrobras tem papéis negociados nos mercados de Nova York, por isso o interesse dos EUA nas denúncias.
A Justiça norte-americana quer saber se a Petrobras, seus funcionários ou intermediários violaram o Ato de Práticas Corruptas Estrangeiras, um estatuto anti-corrupção que considera ilegal subornar oficiais estrangeiros para conseguir ou manter negócios.
No grupo que acompanha o procurador-geral da República aos Estados Unidos está o secretário de cooperação internacional, Vladimir Aras, que faz parte do grupo montado por Janot para atuar nas investigações contra políticos delatados na Operação Lava Jato, uma das maiores da história republicana no Brasil.
Dois integrantes da força-tarefa que conduzem as investigações da Lava-Jato no Paraná também viajaram com Rodrigo Janot: Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Lima.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/foragido-da-nona-fase-da-lava-jato-se-entrega-a-pf-1.1217067

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