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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ceará precisaria substituir cerca de 300 mil cajueiros

               
O cultivo do caju, que já representou um importante produto da pauta de exportações do Ceará, e do Brasil, vem enfrentando problemas a cada ano que passa e vendo a redução de suas áreas plantadas. Apesar de a safra 2014/2015 ter uma previsão de ser superior entre 15% a 20% em relação à anterior, pois foi registrada a ocorrência de chuvas em localidades pontuais, aumentando a produção, um problema que vem preocupando os cajucultores cearenses e o Sindicato dos Produtores de Caju do Estado do Ceará (Sincaju), que é a idade do plantel existente pelas propriedades aqui localizadas.
De acordo com o engenheiro agrônomo Paulo de Tarso Meyer Ferreira, apenas cerca de 15% dos cajueiros existentes no Ceará – aproximadamente 45 mil dos mais de 350 mil pés plantados –, são do tipo anão-precoce e, portanto, indivíduos mais jovens.

 Em suma, estima-se que seja necessário realizar a substituição de mais de 80% dos cajueiros cearenses, a fim de melhorar a produtividade estadual e a lucratividade dos agricultores.
Isso porque o ideal é que as árvores tenham, no máximo, 20 anos de plantadas, pois, desta forma, é possível realizar a poda de copas e enxertio com bom volume de produção. Mas depois desta idade, há uma redução significativa no nível da produtividade dos cajueiros, que não conseguem mais um bom volume de frutificação a cada safra. A situação é tão preocupante que o Brasil, que disputava os dois primeiros lugares na produção mundial com a Índia, entre o final da década de 70 e início dos anos 80, tem visto a sua colheita reduzir ano a ano, saindo de 700 quilos por hectare (ha) para cerca de 100 quilos na mesma área. E isto não prejudica apenas os produtores, pois a indústria também foi amplamente afetada. No final dos anos 80, o Ceará possuía 22 unidades de beneficiamento de castanha de caju e, atualmente, são apenas cinco, podendo este número cair ainda mais, nos próximos anos, caso medidas urgentes e eficazes não sejam adotadas.
GARGALOS
Ainda de acordo com o presidente do Sincaju, a cajucultura é fortemente influenciada pelas questões climatológicas, uma vez que o cajueiro precisa de um volume de chuvas regular para ter uma boa capacidade produtiva; a utilização de novas tecnologias (caju-anão precoce enxertado, combate efetivo à praga do oídio e outras pragas), bem como a agilização da liberação do Fundo de Apoio à Cultura do Caju (Funcaju), que já teve sua Lei Nº 12.834/2013 sancionada pela presidente Dilma Rousseff (veja matéria coordenada, abaixo), que já era um anseio antigo dos produtores nordestinos, especialmente os cearenses. “É preciso a adoção de medidas urgentes, que possam promover a retomada dos níveis de produção dos cajueiros em nosso Estado, pois a cajucultura representa um segmento importantíssimo dentro do agronegócio cearense e do Brasil”, explicou Paulo de Tarso.
Por conta desses inúmeros problemas, o Brasil, que já foi um dos principais produtores mundiais de castanha de caju, tem visto este volume reduzir ano a ano, e países como o Vitenã, a Índia, a Nigéria, a Costa do Marfim, Benin e Filipinas são os seis maiores produtores internacionais, enquanto o Brasil está ocupando a décima colocação. Os produtores cearenses, especialmente da região do baixo e médio Jaguaribe, passam por uma situação tão complicada que, para não amargar maiores prejuízos, há alguns anos estão conseguindo vender a madeira originária da poda e substituição de copas dos cajueiros para a produção de biomassa, atendendo à demanda do setor ceramista e de olarias. “Já é hora de a cajucultura brasileira repensar no sentido de adequar o arcaico modelo de produção ainda utilizado. A atividade precisa ser mais competitiva, mais cooperativa, mais tecnológica, visando auferir maior rentabilidade, principalmente para o produtor rural. Acredito no bom senso, no espírito solidário do industrial cearense e na determinação dos produtores, para realizar uma revolução em nossa cajucultura e na esperança de 150 mil agricultores”, completou o presidente do Sincaju, Paulo de Tarso.
http://www.oestadoce.com.br/noticia/ceara-precisaria-substituir-cerca-de-300-mil-cajueiros

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