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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Brasil: impacto nas exportações

São Paulo. O novo calote soberano da Argentina, consolidado após o país não chegar a um acordo com os credores que não participaram da reestruturação da dívida (os chamados "holdouts"), deve ter um forte impacto na corrente comercial do país com o Brasil, segundo analistas de mercado.
Além de aprofundar a crise na economia argentina, que prejudicará ainda mais a já debilitada demanda, a possibilidade de o país adotar novas medidas para tentar conter a saída de dólares não está descartada.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz que a situação das trocas comerciais com a Argentina, que já era ruim, deve piorar. Ele explica que, com o default, nenhum banco vai oferecer cartas de crédito para o país, o que fará com que grande parte das importações seja paga praticamente à vista. "Os exportadores brasileiro vão ter muito mais cautela nas negociações e podem mesmo deixar de exportar para a Argentina por conta do risco comercial", disse.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), no primeiro semestre deste ano as exportações para a Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil, somaram US$ 7,42 bilhões, uma queda de 19,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Agora, com o calote, os analistas dizem que esse ritmo de retração deve se aprofundar, fazendo com que o resultado no acumulado do ano fique bem distante dos US$ 19,61 bilhões vendidos ao país vizinho em 2013
Juan Jensen, sócio da Tendências Consultoria Integrada, explica que, com o calote, a atividade econômica na Argentina, que já está bastante fraca, deve se deteriorar ainda mais, com a desvalorização do peso e o aumento na inflação. Ele aponta que os mercados internacionais de dívida devem se fechar definitivamente para o país, que terá como única fonte de divisas externas o comércio internacional.
Queda
Castro, da AEB, explica que o superávit comercial da Argentina vem caindo nos últimos anos. Em 2013, o saldo na balança argentina ficou positivo em US$ 8,005 bilhões e, este ano, o superávit acumulado no primeiro semestre, de US$ 3,684 bilhões, é quase 28% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Com um forte déficit na balança de pagamentos, o país pode ficar sem dólares para pagar mesmo as importações na conta de energia, onde o rombo anual é de quase US$ 11 bilhões.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/brasil-impacto-nas-exportacoes-1.1069833

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