Inaugurado
em 2010, com a promessa de levar internet banda larga a 93 municípios, o
Cinturão Digital ainda chega a poucos cearenses. Segundo a Empresa de
Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), apenas seis municípios têm acesso à
internet, e o oferecem à população, por meio do Cinturão.
A
falta de acesso aos benefícios do Cinturão Digital é queixa do publicitário Luiz
Bernardo, que mora na localidade de Serrote do Meio, em Itapajé. Segundo
ele, o povoado não é atendido por sinal de celular, mas é próximo das torres
por onde passam os cabos de fibra óptica do Cinturão. Mesmo assim, ele diz que
não há nenhum benefício direto para a população, porque não são
disponibilizados pontos de conexão. “Como a gente vai desenvolver uma
localidade, que tem cerca de 100 famílias, se você não tem comunicação?”.
Segundo
o presidente da Etice, Fernando Carvalho, cabe às prefeituras instalar a
infraestrutura que permitirá o acesso gratuito da população à internet. Ele
explica que no ano passado foi aberta uma chamada pública, para participação
das prefeituras, com finalidade de permitir a interligação da rede municipal
com a fibra óptica do Cinturão. Ele afirma que apenas 21 cidades apresentaram
projetos e, até agora, somente Banabuiú, Limoeiro do Norte, Quixadá, Sobral,
Tauá e Viçosa do Ceará implementaram as propostas e permitem o acesso da
população.
De
acordo ele, além de usar a internet nos órgãos municipais, as prefeituras
precisam instalar pontos de conexão à rede sem fio em praças públicas. “A gente
cobra preço subsidiado, de R$1.000 por 50 megabits por segundo, mas as
prefeituras têm de dar as contrapartidas sociais”.
EditaisA
justificativa para que tão poucos municípios tenham se interessado pela
utilização da banda larga por meio do Cinturão Digital se deve, segundo
Carvalho, ao fato da chamada pública ter sido realizada durante um ano de
eleição: com a mudança de gestão, poucas cidades levaram adiante o
projeto. Ele diz que ainda neste ano um
novo edital será aberto.“Nosso interesse é que as pessoas usem e a gente tem de
fazer isso de forma ordenada, dentro de regras, que são impostas por
tecnologia. O Cinturão Digital é um serviço que é para transportar, como uma
estrada. Ele não está ramificado, para chegar a cada casa”.
Ainda
segundo Carvalho, deverá ser reaberto com alterações o edital que irá licitar
três lotes do Cinturão Digital para operadoras que desejam oferecer serviços de
internet e TV no Estado. Durante o último pregão, realizado em abril, nenhuma
empresa se interessou pelos lotes. “A gente abriu o edital. Houve pedidos de
esclarecimentos. Pediram modificações, principalmente, no que diz respeito ao
preço. Nós estamos estudando as mudanças que foram solicitadas”. E agora?
ENTENDA
A NOTÍCIA
A
disponibilidade de internet por meio do Cinturão Digital para municípios do
interior depende do interesse das prefeituras. Etice prevê uma nova chamada
pública para habilitar novos municípios neste ano. Saiba mais
O
Cinturão Digital demandou investimento da ordem de R$ 75 milhões para a
instalação de uma rede de três mil quilômetros de cabos ópticos. A cobertura do
Cinturão alcança quase 100 municípios do interior, no entanto, isso não quer
dizer que usuários dessas cidades contam com o acesso gratuito.
Em
Fortaleza, segundo Fernando Carvalho, presidente da Etice, cabe à Prefeitura
disponibilizar pontos de acesso à internet. Ele explica que em ocasiões
especiais, como o Réveillon realizado neste ano, o Governo disponibilizou
acesso por meio de rede Wi-Fi no Aterro da Praia de Iracema.
Ele
diz ainda que órgãos como a Secretaria Municipal de Educação e o Cuca estão
conectados. Multimídia Cinturão Digital, programa do Governo do Estado, só está
funcionando em seis cidades, três anos após ser implantado. É o Tema do Dia na
cobertura de hoje dos veículos do Grupo de Comunicação O POVO.
Fonte:
O POVO Online
http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2013/05/28/noticiasjornaleconomia,3064067/apenas-seis-municipios-do-interior-tem-acesso.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário