O promotor Henry Wagner Vasconcelos criticou o goleiro Bruno Fernandes de Souza pelo uso da Bíblia no primeiro dia de julgamento, ocorrido nesta segunda-feira (4) no Fórum de Contagem (MG). O atleta é réu do processo sobre o desaparecimento e morte de sua ex-amante Eliza Samudio.
Ao fim da sessão de desta segunda-feira, o promotor disse: "É um teatro, assim como foi teatral a exposição do manuseio da Bíblia por Fernanda (Gomes de Castro) no julgamento passado". Fernanda é ex-namorada do goleiro e foi condenada por participação no crime, em novembro do ano passado.
Segundo o promotor, Bruno dissimulou, e esse gesto do goleiro foi percebido pelos jurados. "Está claro para os jurados a dissimulação dele, inclusive no comportamento excessivamente humilde ao ingressar no plenário com a cabeça baixa, como se estivesse arrasado."
"No julgamento passado, ele entrou altivo no plenário", disse o promotor, referindo-se ao julgamento de novembro, que acabou sendo adiado para esta semana - na ocasião, apenas Fernanda e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foram julgados e condenados.
"Não colou para a Fernanda, não vai colar para o Bruno", disse Vasconcelos.
Os advogados de Bruno negam que ele tenha representado. Seus defensores dizem que ele se tornou evangélico dentro da prisão. Bruno está preso desde julho de 2010.
Julgamento
Neste primeiro dia de julgamento, a defesa do jogador tentou desqualificar o depoimento da única testemunha de acusação ouvida até então, a delegada de polícia Ana Maria Santos.
Ela participou das primeiras investigações sobre o desaparecimento e morte de Eliza e ouviu uma das testemunhas-chave do crime, o primo do goleiro, Jorge Luiz Costa, logo nos primeiros dias de investigação do caso. O rapaz também foi arrolado pela defesa e pela acusação, mas não compareceu.
Durante o depoimento da delegada, Lúcio Adolfo, advogado de Bruno, a questionou sobre supostas falhas na investigação e apontou conflitos em seu depoimento dados momentos antes à Promotoria.
Já a acusação, tentou recuperar o depoimento no primo de Bruno, que trouxe à tona toda a trama do desaparecimento e morte de Eliza. Ele cumpriu medida socioeducativa por envolvimento no crime e foi libertado no ano passado.
Fonte: Folhapress
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