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segunda-feira, 4 de março de 2013

Estados estão ´muito endividados´


Os estados devem buscar mais credores estrangeiros, pois tradicionais credores locais, como o BNDES, estão atingindo seus limites de empréstimo FOTO: DIVULGAÇÃO


São Paulo. No relatório "Retomada do Crédito a Subnacionais no Brasil", a Fitch Ratings avaliou que os estados brasileiros estão "muito endividados" e novas dívidas poderão "ameaçar seus perfis financeiros, a menos que canalizadas para investimentos". Os estados, de acordo com a análise, já comprometem parte importante de suas receitas com o pagamento de juros. "Os critérios adotados pelo governo federal para autorizar novas dívidas não são transparentes", avalia a instituição.



No relatório, a Fitch defende que a aprovação de novos empréstimos deve ser pública "assim que a autorização é concedida". "Para promover um crescimento ordenado da dívida dos subnacionais, a Fitch acredita que os ratings atribuídos pelo governo federal e os contratos de empréstimos devem ser de domínio público", diz o texto.



O relatório destaca que alguns estados do Nordeste, que obtiveram permissão para levantar dívida, são altamente dependentes das transferências federais como fonte de receita. "A menos que canalizadas para investimentos, as novas dívidas poderão ameaçar os perfis financeiros de muitos estados, uma vez que eles estão relativamente muito endividados e já comprometem parte importante de suas receitas com o pagamento de juros", avalia a Fitch Ratings.



Estrangeiros



Para a instituição, os estados brasileiros procurarão cada vez mais credores estrangeiros, pois os "tradicionais credores locais, ligados ao governo federal, como o BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, estão atingindo seus limites de empréstimo".



Conforme a Fitch, bancos privados estrangeiros em operação no País desembolsaram, no ano passado, US$ 2,5 bilhões para três Estados, que usaram os recursos para amortizar parte da dívida com o governo federal. "Os subnacionais normalmente contam com créditos com vencimentos superiores a dez anos, oferecidos por instituições estatais, multilaterais e agentes supranacionais. Porém, estes credores tradicionais se aproximaram de seus limites de concessão", diz o relatório.



Planejamento



De acordo com a instituição, falta um "planejamento mais amplo" para a tomada de empréstimos por parte dos subnacionais. No ano passado, o governo autorizou 21 estados a levantar mais de R$ 58,3 bilhões de dívida, cerca de 14% do total do endividamento com a União. 

Copilado do Diário do Nordeste

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