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sábado, 2 de março de 2013

Deputados reforçam cobranças


Mais uma vez, os parlamentares pediram ações do Governo para minimizar os efeitos da seca no Ceará


Tema recorrente nos pronunciamentos na Assembleia Legislativa do Ceará, a situação da seca no Estado foi mais uma vez debatida pelos deputados na manhã de ontem, durante sessão ordinária. Roberto Mesquita (PV) foi quem iniciou a discussão sobre o assunto e relatou que, desde os tempos da monarquia, os dirigentes federais se preocuparam com a situação da estiagem no Nordeste, o que, segundo o parlamentar, não estaria ocorrendo no Governo atual.O deputado Fernando Hugo pediu que os parlamentares pressionem o Governo Federal a tomar uma atitude para atenuar consequências da seca
FOTO: JOSÉ LEOMAR




De acordo com ele, D. Pedro II, em seu reinado, sensibilizou-se com a seca e autorizou a construção do açude Cedro, em Quixadá. O presidente Juscelino Kubitschek construiu os açudes de Orós e Banabuiú para garantir água e ocupação na seca do ano de 1958, e o tucano Fernando Henrique Cardoso construiu o açude do Castanhão. "Não se concebe que, em pleno século XXI, milhões de animais do rebanho de nossa região sejam dizimados por falta de pastagem provocada pela longa estiagem que ora assistimos. O que falta, em nossa opinião, é uma política pública de Estado que priorize ações que transformem o semiárido", reclamou.



Ainda segundo Mesquita, a universalização da água nunca foi prioridade dos governantes, a não ser no discurso. Ele explicou que o Governo Federal irá investir R$ 32 bilhões para atender os compromissos com a Fifa para a Copa das Confederações e Copa do Mundo. "O que nós criticamos é ver obras tão importantes não deslancharem e temos muitos motivos para reclamar, como a falta de efetivação dessas obras, como a transposição do São Francisco", lembrou.



Comissão



Alguns deputados presentes à sessão de ontem, também reclamaram da situação em que o Estado vive. Na sessão da última quinta-feira, porém, foi criada uma comissão especial para acompanhar tal problemática de perto, o que, para os parlamentares, é considerado um avanço. A deputada Mirian Sobreira (PSB) afirmou que já acompanha a situação do povo do Interior e salientou que medias urgentes devem ser tomadas. Segundo ela, pequenas ações podem modificar a situação da população que foi mais atingida pela estiagem.



Já o deputado Fernando Hugo (PSDB) ressaltou que devem ser realizadas maiores cobrança por parte de deputados para uma ação mais efetiva do Governo Federal. Segundo o tucano, a bancada cearense precisa "fortalecer o grito do povo do Interior". Na avaliação do parlamentar, a falta de cobrança faz com que o assunto não seja prioridade para o Executivo Federal.



Urgência



O deputado tucano João Jaime também criticou a falta de urgência para solucionar o problema e informou que em algumas cidades não existe água para o consumo animal e nem humano. "Os rebanhos e as famílias estão morrendo e não vemos por parte de nenhum governo a devida preocupação com a situação. Para se ter uma ideia, zero por cento do projeto São José está sendo construído, por conta da burocracia, dentro da secretaria de agricultura", apontou o peessedebista.



Já Mailson Cruz (PRB) afirmou que a preocupação deve ser compartilhada por todos e a busca de soluções também, não somente para a situação atual, mas para qualquer momento. O deputado Leonardo Pinheiro (PSD) também lamentou as dificuldades de alguns municípios em situação de seca e lembrou que a ação governamental definitiva é a Transposição das Águas do Rio São Francisco. "Essa ação não vai atrapalhar em nada, pelo contrário, vai trazer água para o Nordeste, beneficiando mais de 12 milhões de nordestinos", pontuou o parlamentar. 

Copilado do Diário do Nordestge

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