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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Iphan não reconhece possível sítio histórico


Quixadá. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Ceará (Iphan-CE) não reconhece o sítio apresentado pelo advogado e pesquisador autodidata, Valdecy Alves, como mais um achado de importância histórica. Reportagem sobre o tema foi publicada na edição de ontem do Caderno Regional, deste jornal.

As formações rochosas são avaliadas por pesquisador autodidata como prováveis "dólmens", mas o Iphan acredita tratar-se de apenas rochas muito comuns na região Centro do Estado FOTO: ALEX PIMENTEL


Segundo a arqueóloga do Instituto, Verônica Pontes Viana, trata-se de formações rochosas muito comuns na região Centro do Estado, similares às existentes em Quixadá e cidades vizinhas. A especialista analisou imagens recebidas pela superintendência do órgão federal no Ceará. Para ela não há necessidade de seguir até o local para efetuar os levantamentos oficiais. Pelas imagens, apresentam característica de rochas graníticas, do período pré-cambriano.

Este período está compreendido entre o aparecimento da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, até o surgimento de uma larga quantidade de fósseis, que marca o início desta época da era paleozóica, há cerca de 540 milhões de anos.

Ainda de acordo com a arqueóloga, as formações minerais expostas pelo pesquisador como dólmens não apresentam nenhuma característica de ação humana em épocas muito remotas. Para ela não são portais pré-históricos. As formações por si, apresentando formatos assemelhados a animais, como uma tartaruga e uma lagarta, foram esculpidas pela ação natural, ao longo dos anos, conforme assegura. Porém admitiu que, somente havendo alguma prova mais concreta será possível seguir até o Sítio Pedras Grandes, em Senador Pompeu, para colher amostras e dar início a uma pesquisa de constatação.

Mesmo assim, a arqueóloga considerou a iniciativa do advogado pesquisador importante.

Como o Iphan no Ceará possui apenas um especialista em culturas e modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais, para estudar as sociedades já extintas, através de seus restos materiais, sejam estes móveis ou imóveis, curiosos e apaixonados pelo tema, como Valdecy Alves, auxiliam de forma significante nos trabalhos preliminares, evitando deslocamentos desnecessários.

"O Iphan recebe com frequência esse tipo de material para apreciação", completou.

Apesar da análise da representante do Iphan, Valdecy Alves disse não se sentir desestimulado. Ele pretende apresentar sua pesquisa a outros especialistas. Afirmou que, se for necessário, buscará auxílio no exterior.

Ele já conheceu, no início do ano, alguns dólmens famosos, como o de Stonehenge, na Inglaterra, um lugar sagrado feito de pedras, uma espécie de templo religioso e calendário astronômico com milhares de anos. Ele garante ter encontrado cinco dólmens em Senador Pompeu. Acredita existirem muitos outros. "Com o interesse de algum arqueólogo, esses achados podem ter mais atenção", disse.

Recentemente, o Iphan comprovou a existência de uma comunidade pré-histórica, no sítio arqueológico do Evaristo, em Baturité, a 90Km de Fortaleza. As primeiras amostras de carvão analisadas, colhidas em vasilhas cerâmicas e do crânio de um esqueleto, apresentaram idades entre os anos 1280 e 1300 da era cristã. Para chegar a este resultado, as amostras foram datadas pelo método do Carbono 14, no Laboratório Beta Analytic (EUA). A pesquisa é financiada pelo Iphan e teve início em março, atendendo às reivindicações da Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo. A descoberta ganhou destaque neste jornal, na edição de 1º de setembro.

Colaborador
Alex Pimentel

Copilado do Diário do Nordeste

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