Para mostrar às gestantes as vantagens do parto normal e dar dicas sobre a fisiologia e a anatomia do corpo de mulher, o Espaço Mãe do Corpo promoveu, durante todo o sábado, um curso de preparação para esse tipo de parto, com a Doula .Kelly Brasil e a enfermeira obstetra Semírames Ávila.
Dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará revelam que cerca de 50,4% das mulheres preferem o parto cesariano.
No Ceará, o número de cesarianas já supera o de partos normais. Cerca de 50,4% das mulheres, segundo dados de 2011 da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) optam pela cirurgia. O medo da dor do parto e a praticidade de ser um procedimento agendado para os médicos ajudam a aumentar esses índices, que só cresceram.
Porém, para quem quiser optar pelo parto normal, o desafio é encontrar um obstetra que opte pelo procedimento. Kelly Brasil, inclusive, despertou para esse novo caminho profissional ao perceber o quanto é complicado achar um médico que aceite realizar o parto normal, principalmente, na rede privada. "Há seis anos, para poder ter o meu filho Luiz Fernando, troquei de obstetra quatro vezes", explica.
Cesariana
Para justificar a opção pela cesariana, os médicos alegaram vários fatores. "Um deles chegou a me dizer que eu era muito alta para ter um parto normal, porque meu filho seria muito grande e eu não teria estrutura para parí-lo", conta.
Foi a partir do parto de Luiz Fernando que Kelly Brasil passou a se interessar em ser doula. "Notei que não havia profissionais desse tipo no Ceará e resolvi fazer um curso em São Paulo. No ano que vem, estaremos disponibilizando esse curso no Mãe do Corpo", relata a doula, também formada em Direito.
Entre as dicas dadas no curso, estão a identificação dos sinais do parto e a orientação de que só se deve ir para o hospital no período expulsivo, assim como a escolha do acompanhante no momento do parto, que precisa ser feita antecipadamente.
Uma das grávidas que participou do curso foi a estudante de fisioterapia Marília Bezerra. Mesmo com plano de saúde, ela pretende parir o filho ou em casa ou na Maternidade Escola Assis Chateubriand. "Já procurei cinco obstetras, mas todos disseram que vão viajar no período previsto para o nascimento, no início de janeiro", conta.
FOTO: JOSÉ LEOMAR
KELLY GARCIA
REPÓRTER
Copilado do Diário do Nordeste
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