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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Novo projeto apresentado no Brasil pode acabar com a transmissão do vírus


Uma nova estratégia de pesquisa para o controle da dengue pode terminar com a transmissão do vírus pelo Aedes Aegypti. Isso a partir da introdução de uma bactéria natural, que é encontrada em insetos, nas populações locais de mosquitos. O projeto 'Eliminar a Dengue: Desafio Brasil' faz parte do programa internacional 'Eliminar a Dengue: Nosso Desafio', apresentado, nesta segunda-feira, durante Congresso Internacional de Medicina Tropical, no Rio de Janeiro. 


A pesquisa está em fase de testes na Austrália, Vietnã, Indonésia e agora, no Brasil. Os cientistas demonstraram em laboratório que quando a bactéria Wolbachia é introduzida no Aedes Aegypti, atua como 'vacina' para o mosquito, bloqueando a multiplicação do vírus dentro do inseto. Com isso, a transmissão da doença é impedida. O pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira explica a diferença deste projeto para os métodos já utilizados anteriormente.

"É um projeto que envolve um método natural, que é uma bactéria que já está presente na natureza em vários insetos no mundo todo. Outra coisa é que é um método que a gente pode chamar de autossustentável porque a partir do momento que os mosquitos têm essa bactéria, eles passam para as próximas gerações de mosquitos a bactéria Wolbachia, então rapidamente ela se espalha na natureza. 

E o terceiro ponto bastante importante é com relação a ser sem fins lucrativos, então não vai ser vendido mosquito que tenha essa bactéria. Os mosquitos vão ficar na natureza e vão passar essa bactéria para as próximas gerações."

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, acredita que o projeto é uma ferramenta a mais para o combate a dengue no país.

"O Ministério da Saúde vem investindo tanto para aperfeiçoar os mecanismos de controle da dengue já existentes, melhorar a qualidade do trabalho de campo, melhorar a assistência aos pacientes de dengue o que possibilitou a redução da mortalidade por dengue em mais de 60 por cento em nosso país. 

Mas o ministério também quer novas ferramentas de combate à dengue, por isso nós estamos apoiando o desenvolvimento de vacinas contra a dengue no Brasil, e também pesquisas como essa que se confirmarem os resultados de laboratório que forem observados em campo nós poderemos ter no futuro mais uma ferramenta muito importante de combate a dengue."

Se atingir as expectativas, o programa de eliminação da dengue poderá beneficiar dois bilhões e meio de pessoas, ou seja, dois quintos da população mundial que atualmente vivem em áreas de transmissão da doença, entre elas o Brasil. Presente em cerca de 70 por cento dos insetos no mundo, a bactéria Wolbachia não oferece riscos para a saúde humana ou para o ambiente.

Fonte: Agência do Rádio

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