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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Setor têxtil: 289 mil empregos deixam de ser gerados


De acordo com Sinditêxtil-CE, 2 mil vagas desapareceram do início de 2012 até abril passado

A indústria têxtil cearense não está mais contratando como antes. Pior do que isso, está dispensando trabalhadores. Do início do ano até abril, foram dispensados cerca de 2 mil operários. Isso equivale a 10% de toda a massa filiada aos sindicatos locais, afirma o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Ceará (Sinditêxtil-CE).


A preocupação não se restringe apenas aos limites do Estado. O restante do País também sofre com o momento ruim do setor. De janeiro deste ano até ontem, 289.874 empregos deixaram de ser gerados no Brasil. É o que aponta o Importômetro, aparelho que mede a quantidade de importações de produtos têxteis para o País.

A ferramenta faz parte de uma campanha de conscientização da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). Em 2011, o setor registrou um déficit de exportações de US$ 4,8 bilhões. "Temos capacidade produtiva, criação e design, tudo para competirmos com a Ásia", afirmou Agnaldo Diniz, presidente da associação, que defende um regime tributário menos desleal em relação aos países asiáticos e quer atingir o total de 1 milhão de assinaturas de apoio. Segundo Diniz, 60% das importações brasileiras são provenientes da China e os 40% restantes de países como Vietnã, Camboja e Bangladesh.

De acordo com dados da associação, a cada segundo são importados US$ 214 de têxteis e, em consequência, a cada minuto, um emprego deixa de ser gerado no País.

No Ceará

Na opinião do presidente do Sinditêxtil-CE, Germano Maia, a indústria brasileira sofre ameaça real de desindustrialização, uma vez que se constata o quadro de rápido crescimento das importações de vestuário. "Há uma urgência de se realizar ações enérgicas tanto da iniciativa privada como do poder público, no intuito de mitigar a problemática do desemprego no País. A indústria brasileira já fez o ´dever de casa´ por possuir tecnologia de ponta e design apurado. Hoje, precisamos redescobrir um modelo sustentável para garantir milhares de empregos gerados pelo setor têxtil", alerta.

Segundo ele, apesar da situação delicada, a indústria cearense consegue ser destaque nacional, sendo primeira em produção de índigo e de fios. "Em torno de 60 mil pessoas são empregadas pela cadeia produtiva da moda, com 13% do PIB estadual, e o Ceará sendo segundo maior consumidor de algodão do Brasil", confirma.

Em Goiás

A Abit conta com um quiosque exclusivo na entrada do Centro de Convenções de Goiânia, em Goiás. Durante a realização das feiras Tecnotêxtil, Seritex e do Goiás Mostra Moda, que acontecem até hoje, a entidade está recolhendo assinaturas para dar andamento à Campanha de Mobilização Nacional em favor do fortalecimento das empresas nacionais e em defesa dos empregos no setor têxtil, lançada no início deste ano.

Pressão no governo

Intitulada "Moda Brasileira: Eu uso, Eu assino!", a iniciativa visa conseguir o máximo possível de assinaturas para que se possa encaminhar ao Congresso Nacional um pedido de tratamento especial visando um regime tributário competitivo para a confecção. "Queremos atingir a meta de um milhão de assinaturas até o início do próximo ano", diz Renato Leme, diretor-administrativo da Abit.

Ele lembra que, com a iniciativa, a entidade pretende somente garantir a geração de empregos no Brasil. "Não somos contra a importação, apenas queremos igualdade de competição com países como a China, por exemplo", completou Leme.

Mais Informações:
O site do importômetro pode ser acessado por qualquer pessoa por meio do endereço eletrônico www.abit.org.br/empregabrasil

CAROL DE CASTRO
REPÓRTER
A repórter viajou a convite da Fcem

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