De
acordo com Sinditêxtil-CE, 2 mil vagas desapareceram do início de 2012 até
abril passado
A
indústria têxtil cearense não está mais contratando como antes. Pior do que
isso, está dispensando trabalhadores. Do início do ano até abril, foram
dispensados cerca de 2 mil operários. Isso equivale a 10% de toda a massa filiada
aos sindicatos locais, afirma o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem
do Ceará (Sinditêxtil-CE).
A
preocupação não se restringe apenas aos limites do Estado. O restante do País
também sofre com o momento ruim do setor. De janeiro deste ano até ontem,
289.874 empregos deixaram de ser gerados no Brasil. É o que aponta o
Importômetro, aparelho que mede a quantidade de importações de produtos têxteis
para o País.
A
ferramenta faz parte de uma campanha de conscientização da Abit (Associação
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). Em 2011, o setor registrou um
déficit de exportações de US$ 4,8 bilhões. "Temos capacidade produtiva,
criação e design, tudo para competirmos com a Ásia", afirmou Agnaldo
Diniz, presidente da associação, que defende um regime tributário menos desleal
em relação aos países asiáticos e quer atingir o total de 1 milhão de
assinaturas de apoio. Segundo Diniz, 60% das importações brasileiras são
provenientes da China e os 40% restantes de países como Vietnã, Camboja e Bangladesh.
De
acordo com dados da associação, a cada segundo são importados US$ 214 de
têxteis e, em consequência, a cada minuto, um emprego deixa de ser gerado no
País.
No
Ceará
Na
opinião do presidente do Sinditêxtil-CE, Germano Maia, a indústria brasileira
sofre ameaça real de desindustrialização, uma vez que se constata o quadro de
rápido crescimento das importações de vestuário. "Há uma urgência de se
realizar ações enérgicas tanto da iniciativa privada como do poder público, no
intuito de mitigar a problemática do desemprego no País. A indústria brasileira
já fez o ´dever de casa´ por possuir tecnologia de ponta e design apurado.
Hoje, precisamos redescobrir um modelo sustentável para garantir milhares de
empregos gerados pelo setor têxtil", alerta.
Segundo
ele, apesar da situação delicada, a indústria cearense consegue ser destaque
nacional, sendo primeira em produção de índigo e de fios. "Em torno de 60
mil pessoas são empregadas pela cadeia produtiva da moda, com 13% do PIB
estadual, e o Ceará sendo segundo maior consumidor de algodão do Brasil",
confirma.
Em
Goiás
A
Abit conta com um quiosque exclusivo na entrada do Centro de Convenções de
Goiânia, em Goiás.
Durante a realização das feiras Tecnotêxtil, Seritex e do
Goiás Mostra Moda, que acontecem até hoje, a entidade está recolhendo
assinaturas para dar andamento à Campanha de Mobilização Nacional em favor do
fortalecimento das empresas nacionais e em defesa dos empregos no setor têxtil,
lançada no início deste ano.
Pressão
no governo
Intitulada
"Moda Brasileira: Eu uso, Eu assino!", a iniciativa visa conseguir o
máximo possível de assinaturas para que se possa encaminhar ao Congresso
Nacional um pedido de tratamento especial visando um regime tributário
competitivo para a confecção. "Queremos atingir a meta de um milhão de
assinaturas até o início do próximo ano", diz Renato Leme,
diretor-administrativo da Abit.
Ele
lembra que, com a iniciativa, a entidade pretende somente garantir a geração de
empregos no Brasil. "Não somos contra a importação, apenas queremos
igualdade de competição com países como a China, por exemplo", completou
Leme.
Mais
Informações:
O
site do importômetro pode ser acessado por qualquer pessoa por meio do endereço
eletrônico www.abit.org.br/empregabrasil
CAROL
DE CASTRO
REPÓRTER
A
repórter viajou a convite da Fcem
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