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domingo, 6 de maio de 2012

Poupança continua sendo boa alternativa aos pequenos


Dentre as aplicações atreladas à Selic, a Poupança continua sendo a melhor aplicação no curto prazo. A redução dos juros promovida pelo Governo Federal é o marco que a presidente Dilma quer deixar de juro real civilizado.
aproximadamente, 95 milhões de pessoas físicas (CPFs) estão cadastradas na poupança. O economista Ênio Arêa Leão fez uma simulação (ver gráfico) destacando a rentabilidade entre poupança e a Letra Financeira do Tesouro (LFT), que são aplicações atreladas à Selic (Taxa Básica de Juros). Segundo ele, no curto prazo, a poupança é mais vantajosa mas à medida que esse prazo aumenta, ocorre o contrário.

O economista concorda com as novas regras criadas para a aplicação na poupança. “Essa era uma barreira para a redução dos juros no Brasil. Esse 0,5% ao mês vem desde 1863, do reinado de Dom Pedro II (1825 a 1891). Não havia uma base técnica para sua manutenção. Ter uma aplicação que dava 0,5% ao mês, sem risco algum, gera um patamar mínimo de juros no Brasil. Agora que essa remuneração é variável é possível baixar os juros no país”, avalia.
O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef-CE), Delano Macedo, tem a mesma opinião. Ele diz que a redução dos juros promovida pelo Governo Federal é o marco que a presidente Dilma quer deixar de juro real civilizado e que estava sendo impedido pela poupança.

Para ele, mesmo que o Banco Central avance na redução dos juros, se não houvesse mudança na poupança, seria tendência natural a migração de outras aplicações para ela. “Os recursos para alguns tipos de investimentos – como a compra de títulos públicos – levaria o Governo a ter dificuldade de rolar a sua própria dívida pública”, diz Macedo. E também faltariam recursos para ser investidos em todos os outros setores da economia, pois os da caderneta são, na maioria, para investimentos em negócios imobiliários. “Mexer nela é delicado, mas não mexer causa impactos muito mais graves em outros aspectos da economia”, diz o executivo.

A remuneração da poupança alterará sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Hoje, a taxa está em 9%. “Minha preocupação era que o Governo ficasse alterando os rendimentos da poupança a todo momento. Imagine fazer uma operação imobiliária para daqui a 20 anos e as regras da remuneração mudarem o tempo todo? A alteração poderia gerar prejuízo ao credor imobiliário lá na frente. Mas os contratos imobiliários que vierem a ser feitos dentro das novas regras, diminuirão o impacto desse descasamento”, afirma Macedo.

Fim das distorções
Sobre a questão do financiamento imobiliário, o economista Ênio Leão diz que o Governo Federal gerou um teto para a remuneração da poupança. Sempre que o juro básico estiver acima de 8,5% a remuneração da poupança permanece na regra anterior de 6% + TR (Taxa referencial). “Então, não tem esse risco de aumentar os juros para dificultar o crédito imobiliário. Outro ponto é que esse crédito, no Brasil, deverá ser financiado pelos investidores privados e essa operação se tornará mais atrativa se os juros permanecerem mais baixos”, diz.

Essa regra da poupança equalizará, segundo Delano, uma situação de distorção quando os juros começarem a cair. “Esse reajuste foi para acomodar a convivência entre a poupança e os outros investimentos, como sempre existiu, conclui.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

As regras da caderneta de poupança eram uma barreira para a redução dos juros no Brasil. A rentabilidade de 0,5% ao mês vem desde 1863, do reinado de Dom Pedro II (1825 a 1891)

SERVIÇO

A Caixa Econômica Federal disponibiliza atendimento para eventuais dúvidas
SAC CAIXA: 0800 726 0101
Site: www.caixa.gov.br
Ou nas agências

Multimídia

As mudanças na caderneta de poupança foram o Tema do Dia na cobertura de ontem dos veículos do Grupo de Comunicação O POVO.

Saiba mais:

Para escutar - Em entrevista ao jornalista Nonato Albuquerque, no programa Grande Jornal, da rádio O POVO/CBN (AM 1010), o economista Célio Fernando explica as mudanças anunciadas pelo Governo. Já no programa Revista O POVO/CBN, a jornalista Alexandra Souza conversou com o economista Henrique Marinho. Confira em http://bit.ly/Kwexbr

Para ler - Acompanhe a repercussão do tema entre os internautas na página do O POVO Online no Facebook. http://on.fb.me/IBHxSN

Comentários

Confira os comentários dos internautas no fórum da seção Você Faz O POVO, do portal O POVO Online
(http://www.opovo.com.br/vocefazopovo/forum/)

Cautela

“Creio que o governo agiu com muita cautela, tendo em vista o sucesso consolidado de muitos anos que a caderneta de poupança adquiriu, é um risco muito grande mudar algo que de muito longe ganhou o respeito e a confiança do brasileiro, todavia com esta nova política do Estado em reduzir os juros entraria em choque com o crescimento econômico.”
César Araújo


Rendimentos
“O Governo não dá ponto sem nó. Como todo e qualquer hipócrita demagogo, resolve reduzir os juros bancários e do comércio, mas em via dupla, mexe na caderneta de poupança reduzindo os rendimentos. Conclusão: tira do pobre pra ajudar o rico, sem arcar com nada, nem ter prejuízo algum.”
Estefania Luiza

Saiba mais

Mudanças são um salto do País rumo ao mundo civilizado

O vice-presidente do Ibef-CE, Delano Macedo, acredita que o que deve acontecer com a redução dos juros como um todo é, muito provavelmente, haver um direcionamento das aplicações para a renda variável (Bolsa de Valores) e investimentos diferenciados, por exemplo, os fundos de crédito privado.

Para o diretor de estudos econômicos do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Adriano Sarquis, o Brasil deu um salto na direção dos países desenvolvidos com o esforço do Governo em baixar a taxa Selic. “É um política que poucos presidentes tiveram coragem de fazer”, afirma. Sarquis explica que, se a presidente Dilma Rousseff operou mudanças nos rendimentos da poupança é para evitar a descapitalização do País.

“Como a tendência é ir reduzindo a taxa básica de juros, os títulos públicos ficam menos atrativos e os investimentos estrangeiros acabariam migrando para a poupança. Se os investidores tirarem recursos aplicados na renda fixa e deslocarem para a poupança, vai se gerar um problema de financiamento do país. Por isso, é preciso sim fazer essas mudanças”, defende o diretor do Ipece.

Mas ele acredita que a taxa não vá descer para menos de 8,5% ou 8%, se o Governo conseguir convergir a inflação para o centro da meta, 4%. “Todo o mercado espera essa queda, mas a realidade aponta que, no começo do próximo ano, a Selic pode subir um pouco para se controlar a inflação”, comenta Adriano Sarquis. Nesse andar, ele acredita num crescimento de, no máximo, 3,5% da economia este ano e não 4% como projeta o Governo.
Copilado do Jornal O Povo












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