Edson Arantes do Nascimento
vai construir um museu inteiro para contar a história de Pelé. Estarão expostos
em Santos troféus, camisas, chuteiras e tudo que tenha a ver com a vida do Rei.
Mas um detalhe se perdeu no tempo. Edson está muito preocupado porque não sabe
quantos gols Pelé marcou.
O homem contratou o
pesquisador Rogério Lopes Zilli para responder à pergunta fundamental: seriam
1.281, 1.282 ou 1.283 as ocasiões em que Pelé balançou as redes? Zilli
mergulhou em livros, documentos antigos e dados oficiais de federações e clubes
defendidos pelo Rei. Depois de somar, recalcular, desconsiderar fontes
imprecisas e refletir muito, Zilli foi dar a notícia a Edson.
"Foram 1.282
gols", decretou o estudioso. "Mas não dá pra ter certeza. Assumiremos
o meio termo. Pra ter certeza teria de fazer um levantamento absurdo, ver ficha
por ficha, súmula por súmula, e contar os gols. Seria maluquice." Edson
aceitou.
No museu, o número constará
como o oficial e assim entrará para a história de Pelé. Um dos pomos da
imprecisão na contagem da artilharia real, afirma o pesquisador, é um gol
supostamente feito por Coutinho, negro como Pelé, à noite e em um estádio com
baixa iluminação.
Os cronistas da época
creditaram o tento ao Rei. Mais tarde, alguém questionou sua autoria. O debate
se perdeu na falta de registro fotográfico do lance: ninguém mais pôde ter
certeza de nada.
"Como vamos checar uma
coisa dessas?", pergunta-se Zilli. Seu levantamento também mostrou a Edson
coisas que nem ele sabia sobre Pelé, como a quantidade e o nome dos títulos que
o Rei levantou jogando no exterior.
Além das estatísticas, o
Museu Pelé contará com um acervo de 2.300 itens, além de material multimídia
para interação entre o público e a história do atleta do século.
Um dos objetos pessoais é
uma caixa de engraxate que Edson diz ter usado para trabalhar quando
adolescente. A previsão é que o Museu Pelé comece a funcionar no início de 2013
em um casarão histórico no centro de Santos.
Será o primeiro museu dedicado
a apenas um jogador, dizem os organizadores. Mas o item mais curioso da coleção
ninguém poderá ver tão cedo. Trata-se de uma caixa de aço, enterrada um metro
abaixo do museu e chamada de "cápsula do tempo".
Dentro dela, há uma carta de
Pelé ao homem do futuro, fotos dele com os pais e com os filhos, recortes de
jornais do dia em que a cápsula foi enterrada, em 2010, camisas de futebol e um
DVD com depoimentos de amigos do Rei. A caixa será aberta só no centenário de
Pelé, em 2040.
Fonte: Folhapress
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