Com
o novo método, o paciente deixa o hospital no mesmo dia, além de o procedimento
ser mais rápido
As
células-tronco podem ajudar as pessoas a voltar a sorrir. O cirurgião-dentista,
especialista e mestre em implantodontia, Jório da Escóssia Júnior, realiza, há
dois anos, a cirurgia, chamada de Enxerto Biológico com Utilização de
Biomateriais e Células Tronco (BMP2). Graças ao procedimento, as células-tronco
realizam a reconstrução óssea em implantes dentários.
Segundo
Escóssia Júnior, a cirurgia é indicada para pessoas parcial ou totalmente
desdentadas, pois, ao longo dos anos, elas perdem a estrutura óssea. O
cirurgião conta com a ajuda do colega, o mestre em Cirurgia da Cabeça e Pescoço
e doutor em Implantodontia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
André Zétola.
O
especialista explicou que, antigamente, a técnica cirúrgica de enxertos ósseos
era a mais utilizada nesses casos. No entanto, ela trazia muitos problemas ao
paciente, pois era necessária a utilização de um osso autógeno, ou seja, da
própria pessoa, retirado de outras áreas. Além disso, era preciso anestesia
geral e equipe multidisciplinar para acompanhar o paciente, o que demandava
muito tempo na sala de cirurgia e recuperação semi-intensiva.
Já
no novo procedimento, introduzido no Ceará por Escóssia Júnior, é feita uma
sedação venosa. Outra vantagem é que a cirurgia leva em torno de duas horas,
além de não precisar remover o osso. O paciente sai do hospital no mesmo dia.
Ele
ressaltou que o produto Infuse Bone Graft, do Laboratório Medtronic, aprovado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2009, é utilizado na
cirurgia, pois tem uma proteína que acelera a geração de células-tronco nos
ossos. No Ceará, esse procedimento já foi realizado 20 vezes, enquanto, no
Brasil, foram 150.
"Ao
longo dos dois anos que estamos trabalhando com essa técnica, não tivemos
nenhum insucesso. A técnica é previsível, o pós-operatório é tranquilo e a
pessoa volta às suas atividades normais rapidamente", explica o
cirurgião-dentista.
Ele
acrescentou que a sua grande alegria é ver que todas as suas cirurgias foram
bem-sucedidas. "A autoestima dos nossos pacientes é bastante elevada após
o procedimento, pois agora eles têm uma prótese fixa e descartam as móveis.
Dentadura nunca mais", ressalta.
De
acordo com o especialista, o uso da dentadura limita bastante o que a pessoa
pode fazer, como dar uma gargalhada ou comer qualquer coisa. "A pessoa tem
que viver com isso todos os dias", ressalta.
Autoestima
Conforme
André Zétola, as contraindicações quase não existem. "O fator idade não é
limitador, pois o objetivo é fazer com que a pessoa volte a ter uma vida
normal. A pesquisa em relação a esse procedimento é feita desde 1992. Nos Estados
Unidos, foi permitido desde 2002 e, aqui, desde 2009. Por isso tem tanto
sucesso", frisou.
O
profissional destacou que o método é uma terapia celular, que utiliza as
próprias células do paciente e não envolve um corpo estranho, pois o tecido é
igual. Desta forma, o organismo não rejeita o tecido implantado.
"Na
maioria das vezes, o paciente também melhora em relação à estética, já que
rejuvenesce, pois o procedimento melhora a estrutura óssea da pessoa",
conta Zétola.
Copilado do Diário do Nordeste
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