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quinta-feira, 24 de maio de 2012

60% dos presidiários do CE já usaram droga


Campanha de enfrentamento ao uso de drogas no sistema penitenciário no Estado foi lançada ontem
A criminalidade está intrinsecamente ligada ao uso de drogas. Prova disso são os dados divulgados, ontem, pela Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), que apontam que 60% da população carcerária do Ceará declarou ter sido usuária, pelo menos uma vez, de algum tipo de droga ilícita. As estatísticas são alarmantes. Contudo, de acordo com a secretária da Justiça, Mariana Lobo, estima-se que este número seja ainda maior.

Chama atenção também o expressivo crescimento no número de pessoas presas por tráfico de drogas. De 2006 para 2010, foi registrado um salto de 14% para 21% em todo País. No Ceará, segundo informações da titular da Sejus, 2.100 detentos cumprem pena por esse delito, representando 12,26% da população carcerária do Estado (17.122).
No Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF), mais da metade das detentas cumprem pena por tráfico de drogas, o que equivale a 246 internas (58%), das 425 que a unidade abriga.
Programa
Visando diminuir a criminalidade dentro e fora das unidades prisionais, a Secretaria da Justiça criou o Programa de Ações Continuadas de Assistência aos Drogadictos do Sistema Penitenciário (Pacad). O projeto foi lançado, ontem, durante a abertura do V Encontro dos Profissionais de Saúde e Agentes Penitenciários do Ceará, que ocorre até o dia 25, no Mareiro Praia Hotel.
A ideia do programa é dar suporte às equipes de saúde das unidades penitenciárias, bem como articular parcerias com a rede do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Caps AD) e demais instituições de assistência aos dependentes químicos, para atendimento e assistência aos presos e seus familiares. Para isso, será criada uma equipe itinerante, formada por psicólogo, assistente social, enfermeiro e psiquiatra que farão visitas às unidades para auxiliar os trabalhos de prevenção e enfrentamento à drogadicção.
Arruda Bastos, secretário da Saúde do Estado, destaca que o Pacad é um programa extremamente importante. "Em todo Brasil, a droga é vista como um problema de saúde pública", diz. O gestor frisa que boa parte das pessoas que cumprem pena são traficantes ou, por causa do uso da droga, cometeram algum crime. Sem falar nos que entram no sistema prisional sem ter tido nenhum contato com as drogas e possuem maior facilidade de adquirir dependência química.

Por isso, o secretário defende que o trabalho seja feito com efetividade. O primeiro passo, acrescenta Bastos, é tratar os presos que já são dependentes químicos, fazendo com que eles entrem no programa e saiam das drogas, além de fazer um trabalho preventivo para os que nunca tiveram contato com entorpecentes possam superar a fase de privação de liberdade.
Meta
Inicialmente, o programa será desenvolvido no Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira (IPPOO) II e no IPF. Entretanto, a expectativa é que, até o fim de 2013, o programa esteja presente em todas as unidades com mais de 150 mil presos.
Mariana Lobo reforça que será feita uma ampla campanha de enfrentamento ao uso de drogas no sistema. Além disso, os presos receberão uma cartilha do Pacad, com esclarecimentos sobre as drogas e um teste de verificação do grau de dependência química dos internos, que deverá auxiliar o tratamento.
LUANA LIMA
REPÓRTER
Copilado do Diário do Nordeste


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