Ceará já conta sete casos de óbitos em investigação; meta é reduzir os índices com relação ao ano passado
Bastam cair as primeiras gotas de chuva que a preocupação em torno dos números da dengue só aumentam. Mapeamento apresentado pelo Ministério da Saúde colocou a cidade de Fortaleza na 5ª posição entre as localidades com a população acima de 100 mil habitantes com o maior registro de notificações da doença. Foram 991 casos registrados pelo órgão no estudo.
Na liderança, está Rio de Janeiro (5.640), seguido de Palmas (1.965), Goiânia (1.667) e Recife (1.047). Os dados são todos referentes aos primeiros 50 dias do ano. Apesar da posição do Ceará, o Brasil apresentou bons resultados: o País registrou, conforme o próprio Ministério, uma redução de 66% nos casos gerais, se comparado com o primeiro bimestre de 2011. Apesar disso, hoje, 91 municípios têm risco alto de surto e outros 256, em estado de alerta.
Entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro deste ano, foram registrados 57.267 casos da doença no País contra 166.016 em igual período do ano passado. Em relação aos casos graves, foi verificada uma queda ainda maior nas ocorrências, de 97%, passando de 2.787, em 2011, para 93 casos, só neste ano.
Local
Para o órgão nacional, o Ceará estaria em situação bem crítica. Com relação aos óbitos confirmados em 2012, o Estado seria o líder no ranking, somando duas mortes por casos graves, ficando na frente de Amazonas, Pará e Rio Grande do Norte, todos com apenas um óbito confirmado.
Levando em consideração os pacientes com gravidade, o Ceará soma, hoje, quatro casos confirmados em 2012. O estudo mapeia 91 municípios brasileiros que estariam, segundo o Ministério, com risco de surto a partir do Levantamento de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa).
Entre esses, estariam listados três localidades cearenses: Baturité, Parambu e Quixeramobim. O órgão, no entanto, só traz dados referentes até a semana número oito, 18 de fevereiro.
Já os dados mais recentes da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (Sesa) - referentes à semana nove, até o dia 2 de março de 2012 - soam bem diferentes dos apresentado pelo Ministério.
Contestação
A Sesa nega, contesta esse ranqueamento. Conforme o titular da Secretaria Estadual de Saúde, Arruda Bastos, o Ceará só contava, até a última sexta, com um óbito confirmado, não dois, como aponta o órgão federal.
Apesar disso, um alerta está ligado: há, no entanto, sete óbitos em atual investigação. "Estamos atentos e torcendo para que não se confirmem. Nossa meta é não só reduzir casos, mas, evitar, principalmente, as mortes"
O Estado do Ceará tem 1.477 casos de dengue confirmados desde o início do ano, de acordo com último boletim divulgado pela Sesa. Os casos foram registrados em 39 municípios, destacando-se Fortaleza com 576.
Entretanto, o Ceará reduziu em 43% o número de casos de dengue, comparando os dois primeiros meses do ano com igual período de 2011. Até fevereiro do ano passado, 2.559 ocorrências haviam sido confirmadas.
Hoje, às 9h, os integrantes do Comitê Estadual de Mobilização contra a Dengue estarão reunidos para discutir o reforço das ações de prevenção e controle da dengue no período de chuva, já iniciado no Ceará e que vai até o fim de maio, conforme previsão da Funceme. A reunião será na Sesa, Praia de Iracema.
Prevenção
O Comitê, criado através de portaria pela Secretaria da Saúde do Estado, é formado por instituições governamentais e não governamentais que se reúnem periodicamente para discutir e acompanhar o comportamento da dengue nos 184 municípios.
Atualmente, segundo Arruda Bastos, 51 localidades cearenses contam com planos de ação contra a dengue. "Começamos este ano com um índice de infestação mais reduzido que em 2011. Isso favorece que os números sejam menores. Muitos municípios estão fazendo um bom trabalho e teremos um ano tranquilo, sem tantos riscos. Encaminhamos também um pouco mais de recursos para garantir ações de prevenção e de combate", afirma.
Nas regiões Norte e Centro-Oeste, a maior presença do mosquito está concentrada no lixo. Já no Sudeste e no Sul, a concentração está nos depósitos domiciliares (pratinhos de plantas, calhas). No Nordeste, o problema é com os depósitos de águas, principalmente as caixas d´água.
IVNA GIRÃO
REPÓRTER
Copilado do Diário do Nordeste
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